A médica cubana Flora Olga Hernandez Fleitas, de 52 anos, que trabalhava no município de Catuti – de 5,4 mil habitantes, Norte de Minas - dentro do Programa Mais Médicos, deixou a cidade desde o último dia 6 e está sendo procurada. Se ela não retornar ao município, será mais uma baixa no programa do governo federal, que desde que começou no segundo semestre do ano, foi abandonado por 14 cubanos sem justificativa. Segundo o Ministério da Saúde, o Mais Médicos conta com 11,1 mil cubanos.
Conforme o secretário municipal de Saúde de Catuti, Orlando Machado, a médica cubana trabalhou normalmente até quinta-feira (dia 5). Na manhã de sexta-feira (6), ela viajou em um taxi até Montes Claros (a 200 quilometros de Catuti), dizendo que iria participar de um encontro sobre o Mais Médicos. “Mas, descobrimos que não aconteceu nenhuma reunião sobre o programa naquela data”, afirmou Machado. Ainda segundo ele, Flora Olga se hospedou em um hotel em Montes Claros. No sábado, dia 7, ela deixou o hotel, dizendo que iria viajar, mas não revelou o destino.
A médica não retornou à Catuti. Anteontem, a Secretaria de Saúde do Município procurou a Policia Militar e registrou um boletim de ocorrência sobre o desaparecimento da estrangeira. De acordo com o secretário Orlando Machado, Flora sempre demonstrou comprometimento com o programa e ultimamente, apresentou problemas depressivos, principalmente, por conta da saudade dos dois filhos que deixou na ilha de Fidel Castro.
O supervisor do Programa Mais Médicos na região de Catuti, Ernesto Hoffmann, disse que ficou surpreso com o afastamento de Flora Olga, sem nenhum justificativa. “Ela nunca apresentou perfil de quem estava com desejo de abandonar o programa”, revelou Hoffmann, acrescentando que a cubana também não reclamava contra as condições do Mais Médico, no qual, para cada médico, o governo brasileiro paga R$ 10 mil por mês. No caso dos médicos de Cuba, eles recebem R$ 2,9 mil por mês a diferença vai para o governo cubano.