Não faltaram opções nos bares e restaurantes da capital para os torcedores que rejeitaram o conforto do sofá de casa mesmo em um dia frio e chuvoso. Devidamente enfeitados, com televisões e telões de alta resolução, os estabelecimentos comerciais estavam prontos para a festa do jogo de abertura da Copa do Mundo entre Brasil e Croácia, apesar de nem todos terem conseguido atrair o público esperado.
Teve até bósnio torcendo pelo Brasil que, muito otimista, apostou no placar de 3 a 1 e acabou levando a melhor. “O Brasil pode fazer muito mais do que fez”, garantiu o empresário Amir Salic, de 46 anos. Convicto de que a Bósnia tem chances de enfrentar o Brasil em uma das fases de mata a mata, Amir vai acompanhar as partidas do time do coração no Rio de Janeiro, Cuiabá, Salvador e Brasília.
Tinha gringo também em Santa Tereza. Os amigos Lucas Dodds, argentino, e Reemt Kastendieck, alemão, assistiram juntos ao jogo num espetinho próximo à praça, um dos pontos mais animados do bairro. “Não fui ao treino da quarta-feira porque estava trabalhando, mas vou torcer demais para a Argentina. Tenho namorada e família aqui, mas não consigo torcer para o Brasil”, disse Dodds, torcedor do Boca Juniors. Kastendieck, naturalmente, vai torcer para a Alemanha, mas se sua seleção sair da Copa garante que vai apoiar o Brasil. “Para a Argentina não tem como”, provoca o amigo argentino.
A enfermeira Natália Vargas, de 29 anos, promete apoiar a Seleção em todos os jogos. “Quem é torcedor do Atlético acredita em tudo. Minha intenção é assistir a todas as partidas no bar. Hoje (ontem) vim com minha mãe, prima e um amigo”, afirmou. No primeiro gol da seleção ela não se conteve e pulou, abraçou a prima Daniela Vargas e mostrou que sempre manteve a esperança de uma reação. “Nunca perdia a animação com a Copa”, garante.
O bancário Matheus Barbosa, de 21 anos, vibrou com os amigos e já fazia planos de estender a comemoração na Fan Fest, que estava sendo realizada no Expominas. “Agora que a Copa começou, as pessoas acordaram. Esse início de jogo, com o Brasil tomando gol da Croácia, também foi bom para trazer a torcida para o lado do time”, comentou.
PÓS-JOGO
Quem quis esticar as comemorações da primeira vitória brasileira no Mundial encontrou boa programação na Praça JK, no Bairro Mangabeiras. Um telão transmitiu a partida e depois foi a vez da banda Alcova Libertina entrar no palco e animar os torcedores, que não se deixaram vencer pela chuva que caiu no final do segundo tempo.
Segundo estimativas da Polícia Militar, durante a transmissão do jogo cerca de 2 mil pessoas se reuniram no local. Com o tempo ruim, 400 ainda permaneciam na praça e dançavam ao som de hits dos anos 80. Os amigos Peter Souza, Marcelo Carvalho, Weverton Schimit e Jean Dias saíram de casa e foram comemorar a vitória no meio da multidão. “Passamos muito aperto e cheguei a pensar que o Brasil não ganharia. Foi um alívio essa vitória e agora queremos só curtir”, afirmou Marcelo.