O rastro de destruição deixado pelo grupo de vândalos mascarados no entorno da Praça da Liberdade na tarde de quinta-feira reacendeu o medo, aumentou a corrida de comerciantes para garantir a proteção do patrimônio por várias regiões de BH e reforçou o efetivo de segurança pelo poder público. A lista de prédios com estruturas de proteção nas fachadas aumentou de ontem para hoje, dia do primeiro jogo da Copa do Mundo no Mineirão. Estações e terminais de transporte público, incluindo do BRT/Move, ganharam policiamento extra. Nova manifestação está marcada para hoje, com concentração na Praça Sete, às 10h.
Tapumes de madeira foram instalados ontem diante da vitrine de uma loja de presentes na Avenida Bias Fortes, esquina com Rua Gonçalves Dias. Na quinta-feira, mascarados destruíram vidraças do imóvel. O mesmo procedimento foi feito na fachada do Instituto Cultural Brasil-Estados Unidos, na Rua da Bahia, perto dos prédios depredados anteontem.
O receio de ter prejuízo afeta até comerciantes distantes dos locais de vandalismo em junho de 2013. Na Avenida Bandeirantes, ao lado da Praça JK, uma concessionária Honda se blindou com altas placas de metal apoiadas por grossas vigas. Em dias de jogos do Brasil, os veículos serão deslocados do pátio para um estacionamento subterrâneo.
Segundo o gerente de serviços da concessionária, Rodrigo Greco, a empresa faz parte do mesmo grupo que detém a loja que empilhou contêineres, cada um com 2,5 toneladas, para formar uma espécie de muralha em sua fachada, na Avenida Antônio Carlos.
Já o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo em Minas (Minaspetro) entrou com ação contra o governo estadual para garantir, por meio de uma tutela de urgência específica, que seja resguardada a segurança dos postos de combustível durante a Copa. A ação, em tramitação na 2ª Vara da Fazenda Estadual da Comarca de BH, foi ajuizada por causa da possibilidade de confrontos entre PM e manifestantes provocarem uma tragédia, segundo nota da entidade. “Posto de combustível é um estabelecimento que armazena produtos inflamáveis e, portanto, é suscetível a incêndios e explosões sob qualquer ameaça com bombas, fogo e depredações”, afirma o texto.
O sindicato orienta os comerciantes a registrar boletim de ocorrência caso o posto sofra depredação. Na Antônio Carlos, esquina com a Rua Noraldino Lima, um posto foi protegido com placas de metal. Tapumes foram postos diante das vidraças da loja de conveniência e em volta de um depósito de bebidas saqueado durante manifestação em junho do ano passado.
BRT/MOVE Policiais do Batalhão Copa fazem a segurança desde quinta-feira de estações e terminais de transporte público. No caso do BRT/Move, os agentes ficam nos terminais e nas estações de transferência de maior movimento ao longo das avenidas Antônio Carlos e Cristiano Machado, segundo o comandante do batalhão, tenente-coronel Hércules Freitas. Viaturas fazem ronda nas vias destinadas aos veículos do sistema.
Os agentes também resguardam estações do metrô e do sistema BHBus. “São três ou 10 policiais em cada ponto, a depender do tamanho do local e do volume de pessoas”, informou o oficial “Em dia de jogo no Mineirão, o contingente é reforçado nas estações do BRT, por fazerem parte do itinerário de eventuais manifestações”, acrescenta.
O Exército mantém 1.470 homens de prontidão, que podem ser convocados para garantir a segurança nas ruas, informou o chefe da comunicação social da 4ª Região Militar, tenente-coronel Marcus Vinícius Messeder. Segundo ele, o efetivo pode atuar em quatro eixos de defesa: aeroportos, hotéis, centros de treinamento e rotas protocolares.
O oficial informou que foi criado para a Copa o Comitê Executivo de Segurança Integrada Regional (Cesir), composto pelo comandante da 4ª Região, general Mário Lúcio Alves de Araújo; o secretário de Defesa Social, Rômulo Ferraz; e o superintendente da Polícia Federal em Minas, delegado Sérgio Barboza Menezes.