Um dos principais cartões-postais de Belo Horizonte, a região da Pampulha teve uma manhã diferente no dia em que o Mineirão estreou na Copa do Mundo. A grande movimentação de turistas que vieram assistir ao Mundial mexeu com a rotina de moradores e pessoas que aproveitavam a manhã de sábado para praticar exercícios físicos. Entre a Igreja de São Francisco e o Iate Tênis Clube, quem corria ou pedalava na orla da lagoa reduziu o passo e muitos pararam para tirar fotos e saudar os torcedores visitantes. “Sem problema. Hoje BH faz parte da festa e é um prazer receber tanta gente apaixonada por futebol”, afirmou a publicitária Paloma Mesquita, de 27 anos, que não se importou nem um pouco em diminuir o ritmo da corrida para tirar fotos com os colombianos.
Desde as 9h as ruas dos bairros São Luís e Ouro Preto já recebiam grande número de torcedores, sendo os colombianos grande maioria. Cornetas, chapéus amarelos, vermelhos e azuis, além de perucas cacheadas em homenagem ao ex-jogador Carlos Valderrama, se misturaram às camisas do Atlético, Cruzeiro e da Seleção Brasileira. Muitos turistas que chegaram mais cedo aproveitaram para conhecer a Igreja de São Francisco de Assis, obra de Oscar Niemeyer que faz parte do conjunto arquitetônico da Pampulha.
Os mais fanáticos pediam a bênção para que a Colômbia fizesse um bom jogo de estreia, honrando os milhares que vieram até o Brasil confiantes em uma boa apresentação. Os estádios do Mineirão e do Mineirinho também chamaram bastante atenção e receberam elogios dos estrangeiros. “A região é privilegiada pela beleza. A vista da igreja e os estádios no fundo é muito bela”, disse Edgar Prieto, torcedor colombiano que trouxe sua mulher, Esther Zapata e o filho Juan Diego Prieto para acompanhar a Copa. Hospedados em Brumadinho, onde conheceram na sexta-feira o Museu de Inhotim, a família acompanhará todos os jogos da Colômbia no torneio.
Nas ruas vizinhas ao estádio o estacionamento foi proibido e, com muitos policiais e agentes da BHTrans acompanhando a chegada dos torcedores, houve pouca confusão nas proximidades da lagoa. O momento de maior euforia foi na chegada do ônibus da Colômbia, quando centenas de torcedores ficaram próximos às grades incentivando os jogadores.
MINORIA GREGA Apesar de estar em menor número, torcedores da Grécia também aproveitaram a passagem da seleção nacional pela capital mineira para conhecer melhor a região da Pampulha. Grande parte dos gregos que estiveram no Mineirão são descendentes que vieram de São Paulo para acompanhar a estreia da equipe grega. É o caso de Atanasio Lázaro, de 64, que nasceu na Grécia e se mudou para o Brasil ainda criança. “Estamos em desvantagem na torcida, mas vamos fazer o mesmo barulho. Como diz o ditado, os melhores perfumes vêm nos menores frascos”, brincou Atanasio, que veio a BH acompanhado de sua esposa, Semprelina Lázaro, e seu filho Estéfano Atanasio.
Outro casal de descendentes gregos, Vasili Stergiou e Melina, junto com a filha Carla, foi para o Mineirão usando vestes tradicionais do país.
No trajeto até o Mineirão, o clima de gozação entre colombianos e gregos se misturou com a empolgação de brasileiros de vários estados. Torcedores do Grêmio e do Internacional, o casal de gaúchos Deisi Spricigo e Tiago Chinvelsky veio assistir ao jogo que abriu a disputa no grupo C do Mundial e também aprovou o clima de festa no entorno do estádio. “A animação dos colombianos está bem contagiante. Por isso vamos apoiá-los, e também porque são sul-americanos e jogam um bom futebol”, disse a gremista Deisi.