Jornal Estado de Minas

Avenida Antônio Carlos, local de protestos e confrontos ano passado, teve tarde tranquila

Torcedores e moradores da região circularam tranquilamente pela Antonio Carlos, palco de manifestações violentas no ano passado. Segurança em lojas foi reforçada

Jorge Macedo - especial para o EM
Pedro Ferreira e
Paulo Henrique Lobato


- Foto: Tulio Santos/EM/D.A Press

O clima de tranquilidade reinou ontem na Avenida Antônio Carlos com Antônio Abrahão Caram, na Pampulha, principal acesso ao estádio Mineirão e palco das manifestações mais violentas na Copa das Confederações do ano passado – no local, dois rapazes morreram depois de despencar de um viaduto. No lugar da marcha de PMs fortemente armados e protegidos por escudos, o que se viu ontem foi um desfile de colombianos, brasileiros e gregos em clima de festa. O amarelo predominou nas cores dos colombianos, que eram a maioria, e nas camisas dos brasileiros.


A multidão que passou pelo local em nada lembrava as cenas dos confrontos entre black blocs e PMs ocorridas em junho de 2013, quando vários concessionárias de veículos foram destruídas e incendiadas, resultando em prejuízo estimado em R$ 18 milhões pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL-BH). Ontem, as lojas que não foram blindadas para a Copa do Mundo ganharam a proteção da PM. Algumas delas usaram até cães das raças doberman e pastor alemão para reforçar a segurança contratada.


Não houve confronto. Quem esteve na região no ano passado ficou aliviado. “A segurança foi nota 10.

Passamos aperto aqui no ano passado, na Copa das Confederações, e agora o clima foi só tranquilidade. Esperamos que continue assim até o fim da Copa”, disse o engenheiro Marcelo Rigueira, de 49, ao deixar o estádio com a mulher e os filhos de 10 e 11 anos.
Próximo à barreira de segurança da PM, a estudante Jucilene Kumple Pimentel, de 31, protestava pacificamente contra o governo Dilma segurando um cartaz com os dizeres: “Dilma. Preciso de um médico. Qual estádio eu vou?”. Depois, ela ganhou apoio de outras cinco pessoas. Eles carregavam faixa com a frase “Acorda brasileiro”.


Passeio Nos primeiros minutos do jogo, a Antônio Carlos ficou quase deserta. A tranquilidade era tanta que a veterinária Patrícia Oliveira Bicalho, de 48, aproveitou para andar de bicicleta pelo trecho liberado da Abrahão Caram, acompanhada da sua cadela Amy, da raça buldogue francês. “Moro aqui perto e vim olhar de perto os gregos e colombianos”, disse Patrícia.
Na Antônio Carlos Carlos com Abrahão Caram, vários franceses, ingleses e gregos vendiam ingressos. O jogo estava para começar e três amigos ingleses ainda tinham 20 nas mãos. O preço começou com R$ 500, caiu para 400, R$ 350, e quando o jogo começou fizeram uma promoção: dois por R$ 500.

Mesmo assim, os colombianos July Gómez Atuesta, de 19, e Jhon Moreno Garcia, de de 23, acharam caro e desistiram de ir ao Mineirão.


Torcedores gregos deixaram o Mineirão satisfeitos, apesar da derrota. “Se a gente tivesse ganhado seria melhor, mas estamos felizes de participar do momento. Um dos objetivos da Copa do Mundo é unir os povos e os colombianos são maravilhosos”, disse o grego Kosmas Poulianitis, de 46 anos, acompanhado da mulher, da filha de 11 anos e um amigo também grego.

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