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Estado de Minas

Estado de Minas testa três meios de transporte que levam ao Mineirão

Veja como foi o a mobilidade em dia de jogo para que usou o BRT/Move, Expresso Copa e carro


postado em 15/06/2014 07:25 / atualizado em 15/06/2014 08:33

Irritados com a demora do Expresso Copa, torcedores desceram na Avenida Catalão e preferiram fazer o restante do percurso a pé (foto: Bruno Freitas/EM/D.A Press)
Irritados com a demora do Expresso Copa, torcedores desceram na Avenida Catalão e preferiram fazer o restante do percurso a pé (foto: Bruno Freitas/EM/D.A Press)

Que meio de transporte é melhor, mais rápido e mais eficiente para levar os torcedores ao Mineirão? Para responder a essa pergunta, o Estado de Minas entrou em campo e testou três das alternativas disponíveis: Expresso Copa, BRT/Move e carro particular, com os repórteres iniciando o percurso em horários próximos, para encarar condições semelhantes de trânsito. O repórter que embarcou no Expresso Copa, que saiu da Praça da Savassi, gastou uma hora e cinquenta minutos desde o momento que entrou na fila até chegar ao estádio. Já quem optou pelo BRT/Move, saindo do Centro, consumiu uma hora e 20 minutos para alcançar o seu destino. A equipe que saiu da Savassi em um carro fez o percurso em 60 minutos.

No caso dos 400 ônibus do Expresso Copa, os passageiros reclamaram muito da desorganização das filas e da demora para chegar ao estádio. O maior problema encontrado pelo torcedor, além do trânsito congestionado em quase toda a extensão da Avenida Carlos Luz, foi a desorganização na hora de embarcar. Uma única fila foi formada na Rua Paraíba para quem havia comprado ou não os cartões de embarque antecipadamente. Somente depois, em uma triagem, os torcedores eram divididos entre quem gostaria de viajar sentado ou faria o percurso em pé. A reportagem optou pela segunda opção, mais rápida, mas deu a sorte de conseguir um lugar livre na última fileira de assentos.

Entre os passageiros que reclamaram do serviço, o analista de sistema Wellington Costa, de 32 anos. Acompanhado do cunhado Enzo Mello, de 34, que mora em São Paulo, e de outros parentes, ele contou que levou 15 minutos para embarcar. A demora na partida dos ônibus foi a única reclamação do grupo. O paulista Enzo, que também foi ao jogo de abertura da Copa, na Arena Itaquera, em São Paulo, ressaltou q ue a mobilidade na capital paulista funcionou melhor: “Moro no Brooklin e fui de carro até o metrô. Tudo perfeito.”

Por causa do trânsito lento na Avenida Carlos Luz, dois grupos de torcedores decidiram desembarcar e concluir a viagem a pé, com medo de não conseguir chegar ao estádio antes do início do jogo entre Colômbia e Grécia.

AVALIAÇÃO BOA O BRT/MOVE
foi bem avaliado pelos torcedores que optaram pelo sistema para chegar ao Mineirão. O mais novo meio de deslocamento na capital mineira foi escolhido pela proximidade com a rodoviária, já que muitos torcedores vieram do interior ou de outros estados, e, principalmente, pelo preço. Por R$ 5,70 é possível ir e voltar do Mineirão. Para os dias de jogos foi adotado um sistema de pulseirinha, que no caso de ontem valia das 8h às 18h. Além de dispensar o cartão de embarque, a entrada nas estações era feita por uma cancela ao lado das catracas, agilizando o processo.

O embarque foi na linha 50 (Centro/Estação Pampulha – direta). Havia funcionários da BHTrans e do serviço de Posso Ajudar? nas principais estações. Os pontos de venda de passagem também tinham informação em português e inglês, embora não houvesse atendimento em outros idiomas.

A colombiana Jacky Moreno, de 44, saiu do Rio de Janeiro com o marido e amigos que vieram de Bogotá para a Copa. Depois de viajar toda a noite de ônibus, fez hora nas redondezas até pegar o Move para o Mineirão. “Pesquisei as opções na internet. Estou achando tranquilo e organizado”, disse antes de embarcar. E já no portão de acesso ao estádio, um dos amigos do seu grupo estava satisfeito com a opção de transporte escolhida. “Além de ser a mais econômica, achei o trajeto rápido e sem fila e espera”, afirmou Henrique Umana, de 30, colombiano que também vive no Rio desde o ano passado

O Move agradou pelo preço e fácil acesso no Centro da capital. Havia fila para compra das passagens nos pontos de venda, mas o atendimento, no geral, foi rápido, apesar de ter apenas dois funcionários na esquina de Rua São Paulo com Avenida Santos Dumont. O tempo entre um ônibus e outro também foi bom: no máximo nove minutos, o que evitou aglomerações. Apesar de terem considerado 37 minutos uma viagem rápida, só para acessar sua pista especial o ônibus gastou 25 minutos. O que deixou a viagem mais longa foi o trânsito no entorno da rodoviária. Ruim mesmo é subir o 1,3 quilômetro que liga a Estação Mineirão, na Avenida Antônio Carlos, ao portão de acesso ao estádio.

Colombianos embarcam no Move (ao lado). Uso de pulseira agilizou processo de acesso às estações na Região Central de Belo Horizonte (foto: Carolina Cotta/EM DA Press)
Colombianos embarcam no Move (ao lado). Uso de pulseira agilizou processo de acesso às estações na Região Central de Belo Horizonte (foto: Carolina Cotta/EM DA Press)
Conforto do carro

No teste com o carro particular, a equipe do EM saiu da Praça da Savassi, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, no mesmo ponto de onde partiam os ônibus do Expresso Copa. O trajeto até o ponto mais próximo do Mineirão onde era permitido o acesso de veículos particulares durou uma hora. A viagem começou às 10h50 e chegou ao seu destino às 11h50.

O carro da reportagem entrou à direita na Avenida Cristóvão Colombo para chegar à Praça da Liberdade. O único ponto onde o trânsito estava mais lento era na Avenida Bias Fortes, nas proximidades do Viaduto Helena Greco (antigo Elevado Castelo Branco). Batedores da Polícia Militar tiveram que abrir caminho para a passagem dos carros que transportavam equipes da Fifa.

Antes do elevado, o carro entrou à direita, passando pelo Complexo da Lagoinha e chegando à Avenida Antônio Carlos. O trânsito fluiu normalmente pela via até a altura da Avenida Américo Vespúcio, no Bairro Cachoeirinha, onde enfrentou uma retenção até o Bairro São Francisco, na Pampulha. O volume de veículos era grande nas pistas mistas, mas o tráfego fluía em boa velocidade.

Nas proximidades do câmpus da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a situação se normalizou. O carro passou pela Avenida Abrahão Caram, onde os torcedores desciam dos ônibus e seguiam a pé para o estádio, e fez o retorno na Avenida Santa Rosa. Entrou à esquerda na Alameda das Acácias, virou à direita na Alameda dos Jacarandás, entrou na Alameda dos Coqueiros e subiu a Avenida Coronel José Dias Bicalho até a esquina com a Alameda das Princesas, onde havia uma barreira policial que impedia que os veículos particulares seguissem em frente. Eram 11h50, exatamente 60 minutos depois da saída da Praça da Savassi.


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