Jornal Estado de Minas

Turistas que aprontam em BH

Pelo menos 15 peruanos e colombianos já foram presos cometendo crimes em BH

Jorge Macedo - especial para o EM
Pedro Ferreira


A tranquilidade de um casal colombiano que se divertia em BH e comemorava a vitória da sua seleção contra a Grécia, sábado, no Mineirão, foi quebrada na madrugada de ontem por três compatriotas que, a princípio, também vieram ao Brasil para os jogos da Copa do Mundo.
O casal foi agredido fisicamente, ameaçado com uma faca, perseguido e roubado quando tentava se proteger da violência se escondendo em um hotel do Centro. Os agressores foram presos por policiais militares e levados para a Polícia Federal.

Segundo o chefe da comunicação social da Polícia Militar, tenente-coronel Alberto Luiz, 15 peruanos e colombianos já foram presos cometendo crimes ou se envolvendo em brigas desde quinta-feira, quando começou a Copa.

Na madrugada de ontem, PMs faziam ronda na Rua Tupinambás, no Centro, e foram informados pelo rádio sobre suspeitos correndo pela Avenida Olegário Maciel. Os militares se deslocaram para o local e perceberam três homens entrando em um hotel. Eles foram e presos, suspeitos de atacar o casal.

Com dificuldade para resolver o caso, por não falar português, a mulher esclareceu que na Colômbia ela e o companheiro torcem para o América de Cali, que os agressores são seus rivais, do Desportivo, e que passaram a agredi-los na rua, com socos, pontapés e ainda os ameaçaram com uma faca.

O casal conta que na perseguição foi alcançado pelo trio nas escadarias do hotel e teve duas bolsas roubadas.
O material foi recuperado com Carlos Andrés, de 20, que foi preso com Salazar Gonzales, de 20, e Luís Alfonso, de 23. A faca usada foi encontrada nas escadarias, com um bloco de mármore. Os presos também foram levados para a PF verificar a situação deles no país.

 Outra ocorrência envolvendo colombianos foi no sábado. Leonardo Aguirra, morador de Bogotá, foi preso acusado de furtar o celular de uma brasileira na Savassi. Segundo a PM, o ladrão abordou a vítima como se a tivesse paquerando. Ele a distraía para que o comparsa pegasse o aparelho na bolsa dela. Só que a jovem e testemunhas perceberam e chamaram a polícia. Ainda de acordo com a PM, o colombiano assumiu o crime e disse que outro celular encontrado com ele havia sido furtado no Rio de Janeiro.

Um colombiano, identificado como Alejandro Ribera, foi preso na entrada do Mineirão, no sábado, suspeito de roubar uma corrente de ouro do modelo Thiago Astilho.

Outros quatro colombianos também foram presos furtando celulares, em ocorrências distintas, entre eles uma mulher, segundo o coronel. “Temos muitos bandidinhos envolvidos nas manifestações e outros estão vindo de fora querendo aproveitar também. Infestam o lugar e a polícia tem que agir”, disse o militar.

No sábado, na primeira partida da Copa em BH, cinco peruanos foram presos furtando celular ou tentando roubar ingressos nas proximidades do Mineirão. Um dos presos é o peruano Smith Yonatan Robledo Cruz, de 22 anos, que estava com outros três rapazes suspeitos de co-autoria. Com eles, a PM aprendeu quatro ingressos, um passaporte de colombiano e dinheiro de vários países sul-americanos, além de cartões de crédito em nome de outras pessoas.
As vítimas não foram localizadas e os presos conduzidos à Polícia Federal.

RIVALIDADE Outra preocupação da PM são torcedores da Argentina e Inglaterra, consideradas as mais violentas do mundo e que alimentam rivalidade histórica também fora do campo, desde a Guerra das Malvinas, em 1982. No dia 21, Argentina e Irã se enfrentam no Mineirão. No dia 24, Inglaterra e Costa Rica entram no mesmo estádio. Nesse período, segundo a PM, pode haver conflitos entre os hooligans ingleses e os barra bravas argentinos. “Já adotamos medidas para que essas torcidas não se encontrem. Elas serão tratadas como outros manifestantes. Se têm ingresso, vão seguir para o Mineirão. Se não têm, serão abordados. Se tiver alguma suspeita, serão detidos.
A polícia argentina já liberou uma lista de 2,5 mil pessoas com passagens pela polícia naquele país e que não podem entrar no Brasil por conta de briga entre torcidas”, disse o coronel.  “Há previsão de muitos argentinos sem ingresso na semifinal. Vamos abordá-los  e pedir documentos. Se alguém tiver o nome na lista, será conduzido à PF”, completou o militar..