Jornal Estado de Minas

Manifestações em BH terminam sem prisões e depredações nesta terça-feira

A Polícia Militar (PM) usou um efetivo de 12 mil homens para cercar os manifestantes. Dois protestos foram realizados na capital, uma na Praça da Savassi e outro na Praça Sete

João Henrique do Vale
Tropa de Choque da Polícia Militar cerca os manifestantes na Praça da Savassi - Foto: Leandro Couri/EM/D.A.Press

A estratégia da Polícia Militar de 'envelopar' os manifestantes novamente surtiu efeito. A tática começou a ser usada no último sábado,durante o protesto que aconteceu na Praça Sete. Na ocasião, ocorreram prisões de algumas pessoas com armas brancas e coquetel molotov. Nesta terça-feira, aproximadamente 12 mil policiais foram para as ruas e cercaram os jovens que queriam protestar na Praça Diogo de Vasconcelos, conhecida como Praça da Savassi. Nenhum incidente foi registrado, mesmo com um grande número de torcedores que assistiram ao jogo do Brasil contra o México em bares e restaurantes da região.

Veja mais imagens do protesto

A movimentação na Praça da Savassi, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, começou por volta de 9h, quando os primeiros policiais e torcedores se reuniram em pequenos grupos. Muitos se concentraram em bares e restaurantes para ver a partida entre Bélgica e Argélia, no Mineirão, e depois o jogo do Brasil contra o México.

Os manifestantes se concentraram no cruzamento entre as avenidas Cristóvão Colombo e Getúlio Vargas.
Por causa disso, o trânsito foi fechado entre as ruas Professor Morais e Alagoas. Um grupo pequeno de pessoas também se reuniu na Praça Sete. Um grande efetivo da Polícia Militar foi deslocado para os dois pontos para evitar depredações. Segundo a corporação, 12 mil homens foram colocados estrategicamente em locais com grande aglomeração de pessoas.

Na Região Centro-Sul da capital, o movimento dos manifestantes ficou mais intenso por volta 13h30. O grupo, com faixas do movimento Tarifa Zero, avançou para o cruzamento das avenidas Cristóvão Colombo e Getúlio Vargas. Neste momento, a tropa de choque da PM  fez um cerco nos quatro cantos da Praça Diogo de Vasconcelos. A estratégia foi a mesma usada no último sábado.

Mesmo cercados, os manifestantes fizeram alguns apresentações artísticas. Uma mulher, com o corpo coberto de fitas, dançou em frente o cordão de isolamento feito por policiais militares. Outro grupo fez uma encenação na Praça Diogo de Vasconcelos, onde criou uma cena criticando o uso da força da PM durante as abordagens em protestos.

Várias pessoas foram revistadas durante o ato - Foto: Jair Amaral/EM/D.A.PressQuando começaram as músicas do evento no entorno da Praça da Savassi, homens e mulheres deram as mãos, tiraram as camisas, se amordaçaram e pintaram o corpo com frases de efeito contra a PM e a Fifa. Com a aproximação de manifestantes do cordão da PM, outros militares chegaram e aumentaram a concentração na Cristóvão Colombo.
Alguns aproveitaram para jogar futebol em plena Avenida Getúlio Vargas.

O grupo se reuniu para uma assembleia por volta das 17h. Os manifestantes decidiram se reunir nesta quarta-feira na Praça da Estação. O horário não foi definido.

O protesto terminou por volta das 18h04. Os manifestantes deixaram a Praça Diogo de Vasconcelos de mãos dadas e desceram pela Avenida Cristóvão Colombo em direção à Praça da Liberdade. No trajeto, foram cercados pela tropa de choque antes de chegarem na Rua Alagoas. O clima chegou a ficar tenso com discussão entre policiais e algumas pessoas, que alegaram apenas estarem indo embora.

Depois de uma breve conversa, a tropa de choque decidiu afastar, mas alertou ao grupo que poderá tomar medidas necessárias se o acordo não for cumprido. Os manifestantes decidiram voltar até a Praça Diogo de Vasconcelos, onde encerraram o ato.


Outro grupo de manifestantes se concentrou na Praça Sete para um protesto - Foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A.Press

De acordo com o tenente Alberto Luiz, chefe da assessoria de imprensa da PM,  não houve prisões ou atos de depredação na região da Savassi nesta terça-feira. O momento mais tenso, segundo ele,  foi quando manifestantes decidiram fazer passeata até a Praça da Liberdade. "Combinamos que íamos acompanhá-los até lá . No entanto, entre eles houve diálogo e o grupo decidiu não continuar com nossa escolta", disse.  

Mesmo depois da dispersão dos manifestantes, a PM afirmou que vai continuar o monitoramento dos principais locais com concentração de torcedores. "Como combinamos com os manifestantes, estamos com os 13 mil policiais monitorando os principais pontos da cidade. É bom lembrar que a maioria das pessoas que estão nas ruas é para festejar", reforçou Alberto Luiz.

Protesto no Centro

Na Praça Sete, o protesto durou poucos minutos. Grupos da Liga Operária manifestaram contra a Copa lembrando que 14 operários morreram durante as obras para construir estádios para o Mundial. Os líderes do movimento discursaram e exibiram faixas e cartazes. O ato se encerrou às 14h. Um novo encontro foi marcado para o sábado, às 10h.

Assista alguns vídeos do protesto:

Jovens catam música contra a Copa



Veja imagens do cerco da PM na Savassi

Manifestantes fazem teatro


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