Principais falhas de organização enfrentadas no primeiro jogo da Copa do Mundo em Belo Horizonte, no sábado (Colômbia 3 x 0 Grécia), os serviços de mobilidade, alimentação e segurança foram ligeiramente aprimorados para o duelo entre Bélgica e Argélia, mas ainda apresentaram problemas.
Para a acessiblidade, por exemplo, continuou havendo obstáculos para quem não contou com o auxílio de voluntários e a logística montada pela Fifa e um patrocinador – por meio de serviços de carros elétricos e vans até a esplanada do Mineirão. Filas se formaram nos bares, sem confusão, embora tenham faltado artigos como sanduíches em várias lanchonetes.
A chegada ao estádio foi tranquila para quem saiu até as 9h de carro ou para os que optaram por transporte coletivo até as 10h. Uma das críticas recaiu sobre o atendimento nos bares. Sem falar inglês, atendentes sofreram para se comunicar com argelinos e belgas.
Argelinos, que culturalmente têm restrições a determinados tipos de carnes, procuravam alimentos à base de peixe. Sem encontrar, se limitaram aos chips.
Na entrada, o forte calor castigou quem estava em longas e desorganizadas filas para chegar ao estádio. Parte dos portões foi aberta por volta de 11h45. Alguns fãs levaram mais de uma hora para acessar a esplanada. Devido ao atraso, várias pessoas se aglomeraram nos guichês e a segurança foi prejudicada, em alguns casos sem verificação de bolsas e mochilas nas máquinas de raio-x ou buscas pessoais.
Confira os itens avaliados pela equipe do EM
Transporte
A alteração de parte do itinerário das linhas Centro, Savassi e Expominas do Expresso Copa não agilizou o tempo de viagem. Quem optou pelo BRT Move ou táxi chegou mais rápido.
Trânsito
Como em outros jogos de grande público no Mineirão, houve lentidão antes do início da partida. A maioria da torcida optou pelo transporte público – incluindo belgas e argelinos, que só esbarram na falta de sinalização em inglês ou espanhol. De carro, as dificuldades foram maiores pela Avenida Catalão
Fan walks
Caminho livre na rota de pedestres até o Mineirão, apesar da grande aglomeração antes e após a partida. Depois de o Estado de Minas apontar desvio na Fan Walk da Avenida Otacílio Negrão de Lima, BHTrans e voluntários da Fifa orientaram os torcedores a utilizar a rota correta (demarcada por grades) desde o desembarque dos ônibus.
Lugares marcados
Nem brasileiros, nem belgas. Quem deu trabalho foram os argelinos, que invadiram um setor da arquibancada próximo à tribuna de imprensa. Alguns fumando e tocando instrumentos musicais, o que é proibido pela Fifa. Criaram uma verdadeira torcida organizada, com cânticos e coreografias. Só foram retirados com a chegada de agentes das polícias federais da Argélia e do Brasil.
Lanchonetes
Muitas filas durante o intervalo e o segundo tempo. Tudo organizado pelo voluntariado da Fifa, que aconselhava os torcedores a seguirem a demarcação no piso. O popular feijão-tropeiro, mais uma vez, fez sucesso entre belgas e argelinos. A cerveja também foi largamente consumida. Mas em muitas lanchonetes faltaram sanduíches.
Segurança
Em campo, o bloqueio foi rompido, com invasão de torcedor argelino durante aquecimento dos jogadores. Próximo ao bloco 307, um brasileiro com peruca verde-amarela só não foi preso porque uma funcionária da Fifa/COL retirou a queixa. Ele a ameaçou, ao tentar migrar para outro setor não descrito em seu ingresso.
Acessibilidade
Foi novamente um obstáculo ao portador de necessidades especiais. Torcedores reclamaram da distância até o Mineirão a pé. Faltou informação. A demora na espera pelos carrinhos que fazem o transporte de pessoas com dificuldade de locomoção a partir dos pontos de checagem de ingressos fez muita gente desistir do serviço.