Jornal Estado de Minas

PBH ameaça cortar dias parados de servidores da educação

A Prefeitura de Belo Horizonte vai enviar nos próximos dias à Câmara Municipal o projeto que estabelece o reajuste salarial para os servidores municipais, que ficaram em greve por 25 dias

João Henrique do Vale
A Prefeitura de Belo Horizonte vai enviar nos próximos dias à Câmara Municipal o projeto que estabelece o reajuste salarial para os servidores municipais, que ficaram em greve por 25 dias.
Apenas os funcionários da área da educação não serão contemplados, pois segundo a administração municipal, não aceitaram a proposta. A PBH ameaça cortar nos contracheques de julho os dias parados pela categoria em junho. O Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal (Sind-rede) afirmou que a greve está suspensa e que a proposta da prefeitura só será analisada em 18 de julho.

Os servidores municipais ficaram paralisados por quase um mês. Em 30 de maio, a PBH propôs, além do reajuste geral – 7%, sendo 3,5% a partir de julho e 3,5% a partir de novembro e do aumento do vale-refeição, de R$ 17,00 para R$ 18,50, – abonos, que variam de R$ 600 para quem recebe abaixo de R$ 1,5 mil a R$ 200 para quem ganha até R$ 5,5 mil – além da garantia, até dezembro de 2015, da equiparação dos servidores.

Todas as categorias, menos os servidores da educação, não aceitaram a proposta. “Não chegamos a votar a proposta.
Suspendemos a paralisação por causa do recesso. Vamos ter uma reunião com a prefeitura em sete de julho e depois vamos nos reunir com toda a categoria para decidir. A PBH está dizendo que não aceitamos para nos pressionar a dar uma resposta sem que o restante dos servidores votem”, explica Mônica Mainarte de Moura, do Sind-Rede.

Nesta quarta-feira, a PBH enviou um ofício ao Sind-Rede informando sobre o corte dos dias paralisados. Em nota, a administração municipal informou que “serão descontados nos contracheques do mês de junho/2014, a serem entregues em julho/2014, os valores correspondentes aos dias de paralisação dos servidores e empregados públicos que participaram do movimento grevista”. O pagamento será efetuado ainda no mês de julho caso o Sind-Rede entre em acordo com a Secretaria Municipal de Educação um calendário de reposição desses dias de paralisados.

O sindicato discorda da posição da Prefeitura. “É uma ameaça a uma categoria que está em recesso. Ainda estamos em processo de negociação e estamos aguardando a proposta do governo do dia 7 de julho para avaliar no dia 18. Não vamos aceitar ameaças”, afirma Mônica Moura..