Jornal Estado de Minas

Alterações no projeto de expansão de hospital aos pés da Serra do Curral causam preocupação

Acréscimo de 2 mil metros quadrados de estacionamento no Antigo Instituto Hilton Rocha foram apresentados e vão passar por avaliação

Flávia Ayer
Alterações no projeto de expansão do antigo Instituto Hilton Rocha, construído aos pés da Serra do Curral, preveem edifício com área ainda maior do que o desenho inicial.
As modificações, com o acréscimo de 2 mil metros quadrados de estacionamento, foram apresentadas nessa quarta-feira em reunião do Conselho Deliberativo do Patrimônio Histórico de Belo Horizonte (CDPH-BH). Questionamentos de moradores levaram o órgão a adiar a votação para o mês que vem.

O grupo Oncomed, que arrematou o prédio em 2009, pretende transformá-lo num hospital oncológico com a ampliação de 50% em relação à edificação existente, que tem área de 22,9 mil metros quadrados. Em 2011, o CDPH-BH aprovou expansão para 34,2 mil metros quadrados e, agora, a tentativa dos empreendedores é de conseguir permissão para construir projeto de 36,7 mil metros quadrados.

Os moradores do Bairro Mangabeiras, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, estão apreensivos. “Um belo projeto não pode superar a ilegalidade plantada na Serra do Curral e o empreendimento traz impactos além do visual, como de trânsito”, afirma o advogado Arthur Villamil. Representante da Associação dos Moradores do Bairro Mangabeiras, o engenheiro civil Marcelo Marinho reforça: “Não estamos em defesa do antigo prédio, mas da visibilidade da Serra do Curral, bem tombado desde 1960”, afirma. Por causa dos questionamentos, um dos conselheiros, Leonardo Castro, secretário municipal adjunto de Planejamento Urbano, pediu vistas do processo, para que possa ser mais discutido.

Há parecer favorável por parte da relatora do processo no conselho, a superintendente do Instituto Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Michele Arroyo. “O ideal seria a demolição de tudo, mas não é uma decisão que cabe ao conselho.
Esse é um terreno particular. Está dentro de uma área tombada, mas o prédio não tem tombamento específico”, afirma Michele. Ela entente que o projeto apresentado “minimiza o impacto visual.”.