Às 5h, o taxista Leandro José de Oliveira parou seu carro no ponto do aeroporto de Confins, mas a primeira corrida só apareceu muito depois disso.
Depois de 11 horas de trabalho, apenas duas vezes ele conseguiu levar clientes até Belo Horizonte. Em um dia normal, teria feito o dobro de viagens. Apesar de a Copa do Mundo aumentar o movimento de estrangeiros no terminal, reduziu-se a tradicional clientela dos taxistas, formada por homens de negócios.
O superintendente administrativo da Coopertramo, Marcelo Santos, afirma que os torcedores chegam a BH com hotel e transfer contratados. Diariamente, dezenas de vans e ônibus fretados saem lotados do terminal. “Sobrou para a gente o bagaço da laranja”, afirma ele. E mais: o turista da Copa chega pechinchando por desconto.
Outro fator complicador: as firmas deram férias aos funcionários durante a Copa.
“O movimento caiu bastante. Atendemos principalmente empresas”, lamenta a superintendente da Cootramo, Cláudia Rodrigues. Estudo da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) aponta que em copas anteriores o fluxo de passageiros de negócios caiu 70%. De acordo com o último balanço da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a taxa de ocupação dos voos nacionais está próximo da metade da média registrada no resto do ano.
Com a demanda baixa, taxistas ficam de plantão na porta do desembarque doméstico esperando a saída de passageiros, disputados quase a tapa. O duelo se dá também entre cooperativas e os “piolhos”, que fazem transporte clandestino..