Jornal Estado de Minas

Colombianos são estrangeiros que mais cometeram crimes em BH na Copa

Vinte e nove estrangeiros se envolveram em ocorrências. Já outros 40 turistas do exterior foram vítimas na capital

Luciane Vidigal - Especial para o EM

Grupo de 18 colombianos foi flagrado por PMs assaltando várias pessoas na Avenida Santos Dumont, na madrugada de ontem - Foto: PAULO FILGUEIRAS/EM/D.A PRESS


Desde fevereiro longe de seu país natal e depois de passar por Chile, Argentina e Paraguai, um grupo de colombianos deu adeus à Copa do Mundo em Belo Horizonte, onde chegaram de ônibus no dia da abertura do Mundial, quinta-feira passada. Segundo a Polícia Militar, eles fizeram um arrastão no Centro da cidade na madrugada de ontem, roubando celulares, dinheiro, relógios e documentos de brasileiros. Foram 18 colombianos detidos, e os que participaram efetivamente dos furtos ficarão presos no Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp), na Gameleira, na Região Oeste. Três já haviam sido presos, há três dias, também por roubo e envolvimento em brigas. A Embaixada do Colômbia, em Brasília, já entrou em contato com a polícia mineira para dar assistência aos presos. A Polícia Federal informou que os colombianos estão em situação legal no país.

Desde o dia 12, já são 78 estrangeiros envolvidos em ocorrências policiais em BH, conforme a Polícia Civil. Desses, 29 cometeram crimes, 40 foram vítimas e nove se envolveram em outras ocorrências, como extravio de documentos e acidente de trânsito.

Dos 29, pelo menos 22 são colombianos.
Naturais da cidade de Cáli, os detidos de ontem têm entre 20 e 26 anos e se envolveram em confusão desde que chegaram, no sábado. Eles ficaram hospedados no Hotel Fernandes, na Rua Guaicurus, no Centro, e, segundo o proprietário do estabelecimento, Valmir Fernandes, “deram muita dor de cabeça”.

“Eles usaram drogas e bebidas, além de provocar outros hóspedes, também estrangeiros”, contou. O problema maior ocorreu na terça-feira, quando a diária terminou ao meio-dia. “Os colombianos não saíram e à meia-noite não aceitaram pagar o que deviam. O valor foi de R$ 150. Então, acionei a polícia. Eles quiseram roubar toalhas e cobertores, mas não deixamos. Com toda a confusão e como vi que eles estavam sem condições de pagar, deixei por isso mesmo”, informou Valmir.

 Depois de dar o calote no hotel, o grupo foi para as ruas da cidade. Segundo o sargento Jairo Lúcio de Souza, do 1º Batalhão da Polícia Militar, por volta das 4h, as câmeras do Olho Vivo e das patrulhas rotineiras flagraram um arrastão na Avenida Santos Dumont, no Centro. “Quando os abordamos, vimos que eram estrangeiros. Estavam tranquilos, mas tinham atacado três vítimas, que sofreram com chutes e socos e tiveram pertences furtados”, informou o policial. Foram encontrados com os estrangeiros facas e estiletes.


Uma das vítimas, uma menor de idade, disse em depoimento que estava no ponto de ônibus da Praça da Estação quando foi abordada pelo bando. “Um deles tirou minha aliança e tentou passar a mão nos meus seios e pernas”, disse a garota. Um rapaz, abordado na Avenida Afonso Pena, contou que também levou socos e chutes dos estrangeiros. Os nomes mais citados no boletim de ocorrência, como autores dos crimes, são dos colombianos Juan Guillermo Valencia Zuniga, de 21, Jefferson Meneses Castro, de 24, e Roger Mauricio Velasco, de 25.

VERSÃO Todos os colombianos negam envolvimento com crimes, pelos quais podem pegar de dois a quatro anos de cadeia. No depoimento à polícia, eles alegam que estavam no Parque Municipal, no Centro, porque não tinham para onde ir e usavam drogas, como o entorpecente loló. Foi quando um grupo de brasileiros teria tentado roubá-los e, eles, em desespero, correram atrás de seus pertences.

Segundo outro colombiano, que, no momento da confusão, estava na rodoviária comprando passagens para Brasília, seus amigos não são ladrões. “Viemos em um grupo de 22 colombianos. Estamos com pouco dinheiro, mas eles não são de roubar nada”, afirmou o jovem, que, ontem, esperava o depoimento dos amigos na delegacia e não quis se identificar.


Uma mineira que tinha acabado de conhecer os colombianos, tendo, inclusive, um deles como paquera, também estava na delegacia e não acredita que ele tenha cometido algum crime. “Eles estavam com dinheiro e beberam cerveja à vontade no domingo. Essa história está muito estranha”, disse.

 

.