Primeira linha de ônibus turístico de BH, a ST01 (Circuito Turístico Centro-Sul) completou uma semana com circulação vazia e pouca informação ao turista, seu principal público-alvo. O Estado de Minas testou o serviço (lançado dia 12, com tarifa a R$ 4,35) na quinta-feira e se deparou com apenas seis passageiros ao longo do trajeto – estendido até o Parque das Mangabeiras também aos domingos. Dentro dos coletivos, monitores exibiam vídeos publicitários em português sem detalhes sobre os pontos turísticos atendidos e sistema de áudio. O ar-condicionado funcionou bem e a viagem foi feita em 1h10 min, média de tempo nos oito primeiros dias de operação, segundo a BHTrans. Por onde o ônibus passou, olhares curiosos o acompanharam.
Quatro dos passageiros eram torcedores que adquiriram ingressos para assistir aos jogos da Copa do Mundo no Mineirão. O professor universitário Muhammad Islam, de 58 anos, e a filha Elif Ilhan, de 21, foram os primeiros a embarcar, já no ponto inicial da Praça da Estação. A presença de moradores de rua no local não incomodou a dupla, que vive em Saint Louis (Estados Unidos), e soube da linha ao procurar o balcão de informações da Belotur no Mercado das Flores. Faltou, porém, atendimento em inglês – o repórter teve de informá-los sobre como usar o serviço. “Já vim ao Rio e Brasília em 2011 e desta vez gostei da organização do Brasil para a Copa. Não tive problemas para ir ao estádio de BRT”, avaliou Muhammad, nascido em Bangladesh e há 37 anos morando nos EUA.
Muhammad e Elif desceram no Parque das Mangabeiras, onde aguardariam o segundo coletivo da ST01 cerca de uma hora depois. Dois jovens de BH então subiram, mas desceram na sequência, na Avenida do Contorno. Os aposentados paulistas Odair Chaves, de 62, e Helena Maria Chaves, de 63, foram os últimos a embarcar quando o ônibus estacionou na Rua Santa Catarina, ao lado do Mercado Central. Depois de assistir a partida entre Bélgica e Argélia no Mineirão, o casal teve dificuldade em saber como usar o percurso turístico, que passa por pontos como as praças da Liberdade, da Savassi e do Papa. “Primeiro o atendente do hotel disse que a linha só funcionava aos domingos. Só nos deram a informação correta no Mercado Central”, reclamou Odair. Ele criticou ainda o abandono dos prédios do entorno da Praça da Estação e do Centro. “A maioria dos edifícios está como em São Paulo, pichados.”
Uma das motoristas dos ônibus, iguais ao do serviço executivo, Ana Paula Osório, de 31, disse que parte dos usuários questiona por que a linha não realiza paradas nos pontos turísticos. A média de passageiros, segundo ela, é de três pessoas em cada uma das quatro a cinco viagens que faz por dia. Os operadores dos coletivos receberam somente um curso sobre os pontos turísticos, ministrados pela Belotur. “Na primeira viagem que fiz, não apareceu ninguém”, comentou Ana.
Tarifa
Sobre a falta de divulgação, a BHTrans informou que a linha foi apresentada à imprensa e toda as informações são disponibilizadas nas redes sociais da BHTrans e Belotur. O órgão argumentou que o valor da tarifa é compatível com o serviço sem paradas, diferentemente de Curitiba, por exemplo, onde “o passageiro tem direito a todo o roteiro, porém o valor da tarifa é compatível com o serviço ofertado”.
Já a Belotur declarou que solicitou à Transfácil, responsável pelos monitores internos, vídeos com áudio, e prometeu disponibizá-los até a próxima semana, juntamente com um informativo impresso sobre os pontos turísticos atendidos pela ST01. Não há previsão de treinamento dos motoristas em outras línguas.
Quatro dos passageiros eram torcedores que adquiriram ingressos para assistir aos jogos da Copa do Mundo no Mineirão. O professor universitário Muhammad Islam, de 58 anos, e a filha Elif Ilhan, de 21, foram os primeiros a embarcar, já no ponto inicial da Praça da Estação. A presença de moradores de rua no local não incomodou a dupla, que vive em Saint Louis (Estados Unidos), e soube da linha ao procurar o balcão de informações da Belotur no Mercado das Flores. Faltou, porém, atendimento em inglês – o repórter teve de informá-los sobre como usar o serviço. “Já vim ao Rio e Brasília em 2011 e desta vez gostei da organização do Brasil para a Copa. Não tive problemas para ir ao estádio de BRT”, avaliou Muhammad, nascido em Bangladesh e há 37 anos morando nos EUA.
Muhammad e Elif desceram no Parque das Mangabeiras, onde aguardariam o segundo coletivo da ST01 cerca de uma hora depois. Dois jovens de BH então subiram, mas desceram na sequência, na Avenida do Contorno. Os aposentados paulistas Odair Chaves, de 62, e Helena Maria Chaves, de 63, foram os últimos a embarcar quando o ônibus estacionou na Rua Santa Catarina, ao lado do Mercado Central. Depois de assistir a partida entre Bélgica e Argélia no Mineirão, o casal teve dificuldade em saber como usar o percurso turístico, que passa por pontos como as praças da Liberdade, da Savassi e do Papa. “Primeiro o atendente do hotel disse que a linha só funcionava aos domingos. Só nos deram a informação correta no Mercado Central”, reclamou Odair. Ele criticou ainda o abandono dos prédios do entorno da Praça da Estação e do Centro. “A maioria dos edifícios está como em São Paulo, pichados.”
Uma das motoristas dos ônibus, iguais ao do serviço executivo, Ana Paula Osório, de 31, disse que parte dos usuários questiona por que a linha não realiza paradas nos pontos turísticos. A média de passageiros, segundo ela, é de três pessoas em cada uma das quatro a cinco viagens que faz por dia. Os operadores dos coletivos receberam somente um curso sobre os pontos turísticos, ministrados pela Belotur. “Na primeira viagem que fiz, não apareceu ninguém”, comentou Ana.
Tarifa
Sobre a falta de divulgação, a BHTrans informou que a linha foi apresentada à imprensa e toda as informações são disponibilizadas nas redes sociais da BHTrans e Belotur. O órgão argumentou que o valor da tarifa é compatível com o serviço sem paradas, diferentemente de Curitiba, por exemplo, onde “o passageiro tem direito a todo o roteiro, porém o valor da tarifa é compatível com o serviço ofertado”.
Já a Belotur declarou que solicitou à Transfácil, responsável pelos monitores internos, vídeos com áudio, e prometeu disponibizá-los até a próxima semana, juntamente com um informativo impresso sobre os pontos turísticos atendidos pela ST01. Não há previsão de treinamento dos motoristas em outras línguas.