O jogo entre Argentina e Irã foi marcado por uma linda festa dos hermanos nas arquibancadas do Mineirão. Porém, algumas pessoas se excederam nas comemorações. Em nota divulgada na tarde deste sábado, a Polícia Militar informou que 19 argentinos que entraram irregularmente no país foram identificados dentro do estádio durante o jogo. A corporação atuou apenas no apoio à Polícia Federal Argentina, que já vinha monitorando os torcedores, e foi a responsável por conduzí-los e adotar as providências jurídicas cabíveis junto às autoridades federais brasileiras. Também houve confusão na chegada do ônibus da equipe de Messi, que deixou oito pessoas feridas.
Antes de começar o jogo, o clima era de festa nas imediações do Mineirão e nas arquibancadas. Mas foi só a bola rolar para começar os atritos entre as torcidas. Por diversas vezes a Polícia Militar (PM) teve que entrar na multidão para conter alguns brigões. A Polícia Federal (PF) monitorou os torcedores e os que estavam se excedendo eram retirados do local a pedido dos agentes. Grande parte dos detidos jogou cerveja em outras pessoas.
Uma das confusões aconteceu logo depois do gol de Messi, aos 46 minutos do segundo tempo, que deu a vitória aos hermanos. Torcedores que assistiam ao jogo lado a lado nas arquibancadas, trocaram socos. Um argentino deixou seu assento e se dirigiu ao local onde estavam os brasileiros. Ele atirou um copo de cerveja em um homem, que ficou indignado e foi para cima do rival.
Na briga, o argentino deu um soco na boca do brasileiro, que foi contido por outros torcedores e retirado das arquibancadas. O agressor argentino fugiu antes mesmo da chegada da PM e dos fiscais, que não fizeram nada.
Confusão com ônibus
A chegada do ônibus dos jogadores Argentinos ao Mineirão também foi marcada por confusão. Ao todo, oito pessoas foram atingidas por estilhaços de uma bomba de efeito moral arremessada pela PM para acalmar os ânimos dos torcedores. As vítimas sofreram lesões leves. Todos foram socorridos para um Posto Médico Avançado (PMA) instalado ao lado do Mineirão e liberados em seguida.
A confusão aconteceu quando o veículo se aproximava do estádio. Várias pessoas se aglomeraram para ver os jogadores. A PM tentou afastar os torcedores e um militar jogou uma bomba de efeito moral para afastar a multidão. Os estilhaços acertaram oito pessoas, entre elas uma garota de 11 anos.
A torcedora equatoriana, Tifa Torres, de 25 anos, que presenciou o ocorrido, disse que os jogadores argentinos ficaram batendo no vidro pedindo para polícia parar. Em nota, a PM afirmou que os policiais tiveram que utilizar munições não letais para afastar os torcedores que ultrapassaram o limite de segurança da escolta.
Chuva de garrafas na Savassi
Durante a madrugada, uma briga generalizada estragou o clima de festa na Praça Diogo de Vasconcelos, conhecida como Praça da Savassi. Pelo menos uma pessoa foi detida. Policiais militares que acompanhavam a movimentação no local usaram bombas de efeito moral para dispersar os envolvidos. Testemunhas dizem que o conflito envolveu brasileiros e argentinos.
De acordo com a Polícia Militar (PM), por volta das 2h, surgiram denúncias de que algumas pessoas estavam começando brigas na praça. Uma viatura foi até o local e flagrou uma confusão generalizada, em que os grupos arremessavam garrafas uns contra os outros. Diante da situação, os policiais atiraram bombas de efeito moral – que emitem luz e som – para tentar dispersar o grupo. A ação foi flagrada pelas câmeras do Olho Vivo.
Após a dispersão do grupo, foi registrada a prisão de um homem que arremessou uma garrafa contra os policiais. Segundo a polícia, Pedro Henrique da Cunha Kellis Pinheiro, de 23 anos, foi levado para a Central de Flagrantes da Polícia Civil (Ceflan). Um jovem de 21 anos também registrou um boletim de ocorrência de lesão corporal. Ele disse aos militares que foi agredido por um grupo de pessoas e teve a mão direita ferida por uma garrafa de vidro, mas não soube apontar quem foi o autor. Ele dispensou socorro e disse que procuraria um hospital por contra própria.
(Com informações de Cristiane Silva, Clarisse Souza e Gabriela Pacheco)