Jornal Estado de Minas

Belo Horizonte vive dia histórico com a presença de milhares de argentinos

Torcedores se espalharam pela cidade e trocaram provocações com brasileiros

Daniel Camargos Mateus Parreiras
Hermanos se concentravam na Savassi para assistir pela TV ao jogo - Foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A.Press
Um dia marcante para BH, invadida por milhares de argentinos que acompanharam a vitória da sua seleção no Mineirão e se espalharam pela Savassi e outras regiões da cidade, em meio aos iranianos, rivais em campo, outros estrangeiros e brasileiros. Não faltaram as provocações referentes à eterna rivalidade entre brasileiros e argentinos. Ainda na madrugada, houve briga generalizada no quarteirão da Rua Antônio de Albuquerque e a polícia teve de usar bombas de efeito moral. Dentro do Mineirão, policiais federais argentinos prenderam 19 torcedores que entraram clandestinamente no Brasil. E, do lado fora, foram registradas ocorrências isoladas de agressões e a ação de cambistas que lesaram torcedores. A mobilidade, na ida e na volta ao Mineirão, passou por outro teste de fogo, e o sistema de transporte público cumpriu sua função.


Quem seguia para o Mineirão nos ônibus expressos da Copa do Mundo poderia imaginar que estava a caminho de uma partida de futebol pelas ruas de La Boca, Nuñez ou Avellaneda. Argentinos pulavam e cantavam canções com letras longas e provocativas, balançavam seus trapos – como chamam as bandeiras que carregam – e volta e meia repetiam a canção que virou um mantra, finalizada com o que os hermanos consideram uma verdade absoluta: “Y Maradona es más grande que Pelé”.
A reportagem do EM acompanhou o trajeto entre a Savassi, o Centro e a Pampulha.

A boa freqüência de saída dos ônibus expressos permitiu que não se formassem longas filas no ponto especial da Avenida Getúlio Vargas. Por volta das 10h, eram quatro veículos de transporte a cada cinco minutos. Um dos ônibus seguiu dividido, com a maioria absoluta de argentinos, e antes da roleta um grupo de seis iranianos. Durante uma hora de trajeto, os argentinos foram mais empolgados, mostrando um repertório variado de canções, enquanto os iranianos respondiam com o grito de “Irã, Irã, Irã”.

CLONE Entre os argentinos era impossível não notar Carlos Moor, de 26 anos. torcedor do River Plate e morador de Buenos Aires. A semelhança com o craque argentino Messi é sempre destacada, seja por brasileiros, argentinos ou iranianos. “Pareço mais com ele no futebol”, brinca Carlos, que está há três dias com febre e dor de garganta, mas não deixou de apoiar sua seleção.
Do outro lado da roleta, Mohamed Kashani era o mais vibrante. O iraniano mora há décadas na Califórnia (EUA), onde tem uma empresa de construção de casas. Mohamed acompanhou a Copa de 2006, na Alemanha, e não hesita na hora de cravar de qual gosta mais. “A do Brasil tem muito mais festa”, compara Mohamed. Aliás, a festa em BH, principalmente, na Savassi, encantou o iraniano, que diz ter gostado mais da capital mineira do que o badalado Rio de Janeiro.

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