“O patrulhamento foi alertado e serão feitas abordagens em situações suspeitas. Se alguém for flagrado vendendo ingresso, por exemplo, essa pessoa será orientada que não pode fazer isso na rua. Se insistir, vamos conduzi-la à delegacia. Se identificarmos muitos ingressos com um indivíduo, vamos prendê-lo”, afirma o policial. Mesmo assim, ontem, a reportagem voltou a encontrar cambistas estrangeiros agindo nos postos de troca oficiais, onde quem comprou ingressos pela internet retira as entradas.
Até hoje, apenas seis cambistas foram detidos em BH, flagrados na semana do primeiro jogo, entre Colômbia e Grécia.
ESTRATÉGIA No Boulevard Shopping, no Bairro Santa Efigênia, na Região Leste de BH, funciona um dos pontos de retirada de ingressos da Fifa. Como na sexta-feira, ontem a reportagem do EM encontrou cambistas argentinos negociando quatro entradas para o jogo de hoje no Mineirão, entre Inglaterra e Costa Rica. O trio queria R$ 600 cada, vendida regularmente por R$ 180. Mas ao contrário dos que agiram nos dias anteriores, o grupo de ontem era mais discreto. Avaliavam possíveis ameaças e fregueses sem expôr os ingressos.
Um deles estava escorado numa das pilastras do estacionamento de onde podia ver quem entrava. Outro integrante ficava mais afastado, perto do circuito de acesso para carros. O terceiro, que se apresentou como Adrián, tinha o trabalho de abordar quem queria comprar os tíquetes. O jovem de cabelo loiro e camisa laranja, que aparentava menos de 30 anos, repetia a frase “para vender, para vender”.
Perguntado se tinha ingressos ele respondeu com mais uma pergunta: “Inglaterra? R$ 600. Temos quatro. São da categoria 3 (setor que custa R$ 180, atrás do gol)”.
Ao pedir para ver os ingressos o rapaz chama o colega que veste a camisa do Brasil. De dentro da mochila o argentino que chegou tira as cartelas emendadas umas às outras e diz que poderia esperar por 10 minutos até que trouxéssemos o dinheiro. Não havia policiais por perto.