Junia Oliveira
O professor brasileiro Kléber Almeida, de 33 anos, mora em Baise, estado de Idaho, nos Estados Unidos. Ele e a mulher, Stacy Lacy, de 31, desembarcaram em BH para acompanhar os jogos, reencontrar familiares e visitar o Brasil. O planejamento da viagem começou há meses. Foram necessárias certas privações, como evitar produtos supérfluos e abandonar idas a restaurantes, para juntar dinheiro e garantir as seis semanas no Brasil, com direito a ingressos para as partidas e passeios em Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Foz do Iguaçu (PR).
O primeiro passo foi comprar, há seis meses, as passagens dos Estados Unidos para o Brasil e os trechos dentro do país. “Paguei US$ 1,2 mil. Meu irmão não pôde vir, pois os bilhetes que encontrou agora custam US$ 2,5 mil”, conta ele. “Quando decidimos vir para a Copa, começamos a cortar gastos e evitar despesas desnecessárias”, diz. O alívio para o bolso vem de BH, onde Kléber tem parentes. “O segredo é comprar com antecedência e planejar tudo”, reforça.
O estudante Marc Rome, de 25, morador de Oakland, na Califórnia, avisa: “No Brasil, com exceção da comida, tudo é muito caro, principalmente as passagens de avião de trechos locais”. Há seis meses, ele comprou os bilhetes para vir dos Estados Unidos. Para assistir às partidas no Maracanã, optou por ir de ônibus de BH para o Rio de Janeiro. Para Salvador (BA), o avião foi a solução.
Japão O japonês Yasuyoshi Nagatani, de 34, deixou a cidade de Fukui para passar três semanas de férias no Brasil e assistir a seis jogos do Mundial. “Queria muito vir, era meu sonho estar na Copa. Fiz sacrifício e sei o quanto isso significa para mim. Não é apenas uma viagem”, explica. A primeira “lição de casa”, ensina Nagatani, é aprender o idioma local. O vendedor de carros estudou português no Japão durante um mês. Ao chegar a BH, matriculou-se numa escola, além de se hospedar na casa de brasileiros para aprimorar o idioma e conhecer melhor a cultura do país.
Yasuyoshi, que já esteve em São Paulo e seguirá para Foz do Iguaçu (PR), reclama dos preços brasileiros, principalmente de passagens aéreas. Comprar o bilhete em fevereiro ajudou um pouco. O torcedor japonês deixa a dica para as próximas Copas: aprender a língua local antes de ir à Rússia ou ao Catar.
“Para o viajante, é importante pagar menos. Como ele não conhece o país, é bom receber informações das pessoas dali, como bons restaurantes e locais para comer, lugares bonitos e regiões perigosas”, diz. “Facilita se soubermos falar a língua, mesmo que não seja fluentemente. Isso faz a comunicação ficar mais divertida. Copa do Mundo não é só esporte, mas uma boa ocasião para encontrar culturas diferentes, pessoas e conosco mesmo.”
Alemanha De Copa do Mundo entende bem o casal Cláudia Egídio Neves, de 39, e Dyrlei da Silva Cunha Filho, de 44, que viajou à Alemanha em 2006. Eles assistiram a três jogos e alugaram uma van com amigos para rodar o país. “O motorhome é uma boa opção: todo equipado, ele permite fugir de aeroporto”, recomenda Dyrlei.
Para quem pensa em ir à Rússia, próxima sede do Mundial, o casal aconselha planejamento e organização. “Mesmo que você chegue lá e precise mudar os planos, ainda é mais fácil do que ir no escuro”, alerta a psicóloga. Outra dica: comprar os ingressos no Brasil. “Assim, não se paga mais caro, pois há cambista no mundo inteiro”, ressalta Cláudia Neves.