Jornal Estado de Minas

Cuidadora de idosos se une ao amante para matar marido e herdar bens

A mulher planejou a morte do companheiro - um funcionário público - contando com apoio do amante e de um executor contratado

Luana Cruz Andréa Silva

- Foto: Jair Amaral/EM DA Press

A Polícia Civil prendeu três envolvidos na morte do funcionário público Vicente de Paula, 58 anos, brutalmente assassinado no último dia 28 de março, no Bairro Concórdia, Região Nordeste de Belo Horizonte. A cuidadora de idosos Marcilene Isabel da Silveira, de 49 anos, companheira da vítima, é apontada pela polícia com mentora do crime. Ela contou com apoio do amante, Maurício Giorni, de 59, e do homem contratado para execução, Francisco de Assis Mendes Vieira, 36 anos.

De acordo com a polícia, Marcilene planejou a morte do marido. Ela já estava envolvida em um caso extra-conjugal com caminhoneiro Maurício desde dezembro de 2013. Para motivar Maurício a apoiá-la no crime, a mulher dizia que apanhava frequentemente da vítima. A mentira também era contada a vizinhos e pessoas próximas, na tentativa de construir uma imagem ruim de Vicente.

No entanto, os próprios filhos de Marcilene, fruto de um primeiro casamento, desmentiam a mãe contando à vizinhança que Vicente era um excelente padrasto e marido.

O funcionário público tinha uma situação financeira estável com duas casas – uma na capital e outra em Divinópolis – além da aposentadoria. A polícia acusa Marcilene de programar o crime para ficar com a herança do marido.

O casal estava em processo de separação, apesar de Vicente não aceitar ficar longe de Marcilene. Ela já havia deixado a casa do Bairro Concórdia e assumido a relação com Maurício. No dia do crime, a mulher ligou para Vicente dizendo que gostaria de conversar com ele em uma praça, perto da casa da vítima. O funcionário público foi até o local marcado para encontrar a ex.

Na ocasião, Maurício e Francisco estavam de tocaia e o crime previamente combinado. O amante daria apoio e o executor contratado mataria Vicente. No entanto, enquanto o casal conversava, o próprio Maurício atacou o funcionário público pelas costas usando uma ferramenta para dar três golpes na nuca. Na tentativa de atrapalhar as apurações futuras da polícia, Francisco colocou uma bucha de maconha ao lado do corpo de Vicente, material que foi apreendido pelos investigadores no local do crime.

Logo depois da morte, Marcilene foi para casa alegando que ela e Vicente haviam sido vítimas de um assalto. A mulher sequer tratou de acompanhar o recolhimento do corpo, procedimento que ficou por conta dos enteados da vítima. A filha de Marcilene desconfiou da versão de assalto da mãe, porque encontrou a bolsa intacta, com todos os cartões de crédito em casa.
A jovem ainda levou em conta que Marcilene já havia tentando matar Vicente dando calmantes em excesso para o companheiro.

Em poucos dias, Marcilene colocou o amante para morar na casa do Concórdia e fez um seguro para o caminhoneiro. A polícia iniciou as investigações sobre o crime com base, principalmente, em imagens de circuito de segurança que registraram a movimentação de Vicente na praça. No local do crime, foram vistos os três suspeitos.

Marcilene foi presa no início deste mês e os outros dois envolvidos acabaram detidos na semana passada em cumprimento de mandado de prisão. Inicialmente, negaram o crime, mas logo depois confessaram o plano da morte de Vicente. A delegada Alice Batello, responsável pelo caso, disse que Marcilene é dissimulada e fria. Ela enganou Vicente e convenceu o amante a cometer o crime.

A mulher não tinha passagens pela polícia, assim como o amante. Somente Francisco tinha ficha criminal.
Ele disse à polícia que receberia pelo assassinato, mas acabou não executando o crime. 

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