Junia Oliveira, Francelle Marzano e Márcia Maria Cruz
A norte-americana Sheryl Quinsat, de 37 anos, moradora de Los Angeles, Califórnia, nunca ouviu falar de Belo Horizonte, para onde veio movida pelo desejo de ver os jogos entre Argentina e Irã e Brasil e Chile. Mas ontem, enquanto comprava lembranças no Mercado Central, ela manifestava seus carinho pela cidade, especialmente o clima: “É a melhor lembrança que levo. O inverno parece o verão da Califórnia”, disse, sem deixar de citar a Savassi, Lourdes e o Mercado Central como outros pontos da capital dos quais gostou. Perguntada sobre o desejo de um dia voltar a Minas, disse que é uma possibilidade forte. “Foi uma boa surpresa”, concluiu.
Assim como Sheryl, turistas de outros países e mesmo os brasileiros que estiveram por aqui para assistir aos jogos da Copa do Mundo não escondem sua satisfação com o que encontraram na cidade e o tratamento que receberam. Na Copa do Mundo, além dos craques das seleções que disputam a competição, Belo Horizonte tem feito bonito e se tornou destaque em blogs, TVs, jornais e sites de várias partes do mundo. A capital mineira foi descoberta pelos estrangeiros e essa relação de amor tem tudo para ser ampliada e durar por muito tempo.
O chinês Zhou Zhi Min, de 33, chegou à capital mineira terça-feira para assistir ao jogo do Brasil e Chile. Tendo como cicerone um amigo brasileiro, colega de empresa do ramo da mineração, ele achou a cidade tranquila e até devagar, na comparação com Xangai. A casa do amigo e Ouro Preto foram eleitos os lugares favoritos. No Mercado Central, ontem, ele provou queijo e comprou garrafinhas de cachaça. “A comida é boa e o pessoal muito simpático”, disse em bom português, tendo na memória os momentos passados numa churrascaria.
Na Pampulha, ontem à tarde, era difícil enumerar a nacionalidade dos turistas interessados em conhecer a Igreja de São Francisco, o Museu de Arte e mais detalhes do projeto arquitetônico de Oscar Niemeyer: japoneses, alemães, australianos, argentinos, espanhóis, além dos brasileiros. Dando uma pausa na visita à igrejinha, o alemão Heribert Riesenhuber e o australiano Michael Warneke aproveitavam para enviar um cartão-postal para os familiares na Europa. Eles chegaram a Belo Horizonte anteontem à tarde e, no caminho, já sentiram o gostinho do jeitinho brasileiro. “Viemos de ônibus do Rio e o motorista prolongou a parada do lanche para assistir ao final do jogo”, disse aos risos Heribert. No café da manhã de ontem, eles contam que pediram o famoso pão de queijo, para ver se era realmente tão bom quanto ouviam falar. “É muito bom, quero comer todos os dias”, disse Michael.
LAGOA APAIXONANTE Apaixonado pela Lagoa da Pampulha e o complexo arquitetônico do entorno, um grupo de seis espanhóis era acompanhado por duas mineiras que lhes apresentaram também a feira de artesanato e outros pontos turísticos. Uma das turistas do grupo, Raquel Lopez Alonso, veio de Madri, ficou hospedada em Ouro Preto e disse ter se apaixonado pela lagoa. “Nunca vi coisa mais linda. Já haviam me dito que Belo Horizonte era uma cidade moderna e pude compreender que é realmente. A arquitetura é linda, as avenidas são largas e arborizadas”, completa.
Na Savassi, para mostrar que o local virou ponto obrigatório de encontro de turistas, mesmo ontem o local estava cheio de estrangeiros. Lá estava o empresário estadunidense Peter Field, de 53, que veio com o filho Ben, de 21, conhecer a capital mineira e gostou do que encontrou. “As pessoas são muito amáveis e a comida é muito boa”, disse ao sair de um restaurante. Ele aprovou o serviço de táxi na cidade e o hotel onde ficou hospedado. O filho gostou da festa na região e elogiou a beleza das brasileiras. “Um namoro está em progresso”, brincou.
O professor na Guatemala Minor Leiva, de 33, pretende ficar 10 dias no Brasil. Depois de visitar o Rio de Janeiro, resolveu vir a Belo Horizonte em um grupo de amigos guatemaltecos e norte-americanos. “A cidade é muito bonita. O povo é muito caloroso, gentil e amável”, disse. Minor também aprovou o serviço de manutenção da praça que abrigou a comemoração das torcidas de vários países. “A cidade é limpa e conseguiu se manter limpa o quanto é possível em eventos como esse”, disse.
O sueco David Stoltz, de 31, chegou à capital mineira no sábado e as primeiras impressões foram bastante positivas. “É uma cidade muito bonita. Gostei muito do relevo, das montanhas”, disse. Ele também considerou que a Savassi estava bem limpa e aprovou o atendimento nos bares. “Não tem praia, mas os bares são uma boa opção para assistir aos jogos ao ar livre.”
A admiração não foi menor entre os turistas brasileiros. O casal paulista Marcelo e Rosana Rodrigues chegou a BH no sábado para assistir à partida entre Brasil e Chile. Ontem, aproveitou para fazer um city tour pela cidade. Conheceram o mirante na Praça do Papa, o circuito cultural na Praça da Liberdade e o Museu de Arte na Pampulha. “Estamos encantados. Somos vizinhos de estado e ainda não conhecia Belo Horizonte. Já estamos planejando a volta em agosto”, comentou Marcelo.
Já os estudantes Antônio e Marcelo Jung, de 19 e 21 anos, paulistas de origem coreana, disseram que a Praça da Liberdade ficará na lembrança. Na bagagem, o queijo mineiro comprado no Mercado Central. “É mais limpa e não é tão agitada quanto São Paulo, além de parecer mais arborizada”, disse Antônio. “Tudo é pertinho e o trânsito não é caótico como eu pensei”, relatou Marcelo.