Jornal Estado de Minas

Estrangeiros que passeiam por Ouro Preto viraram atração na Praça Tiradentes

Eles estão encantados com hospitalidade e querem colocar a gentileza e a comida dentro da bagagem

Jorge Macedo - especial para o EM
Alessandra Mello


Costa-riquenhos tiraram fotos com moradores - Foto: Beto Novaes/EM/D.A Press.

“Lá, gente, é o que o Brasil tem de melhor.” Essa é a opinião de dois costa-riquenhos que foram ontem conhecer a histórica Ouro Preto, a 95 quilômetros de Belo Horizonte, Patrimônio Cultural da Humanidade desde 1980 e que já recebeu desde o início da Copa do Mundo turistas de pelo menos 17 nacionalidades. A beleza dos casarões, das igrejas e das ladeiras de pedra impressionaram o engenheiro químico Carlos Obando e o professor de espanhol Moisés Medina, mas o povo é a maior atração. “A especialidade do brasileiro é nos fazer sentir como em família. Essa é a maior lembrança que vou levar daqui”, disse o engenheiro, que estava sendo ciceroneado em Ouro Preto por dois casais amigos de brasileiros, Flávio e Luana Lima e Gustavo Greco e Sueli Alves, a maioria deles também usando camisas vermelhas na torcida para que a Costa Rica passe para as quartas de final. Para Moisés Medina, o povo é realmente uma atração à parte. “São hospitaleiros e muito gentis com os estrangeiros”, destaca Medina Eles foram ontem uma das atrações da Praça Tiradentes. Moradores da cidade e turistas de outros municípios e estados pediam todo o tempo para tirar fotos com os dois, que não se importavam como o assédio dos brasileiros.

Eles também se encantaram com uma iguaria comum no Brasil, principalmente nos churrascos: a picanha.
Segundo Carlos, esse corte, tipicamente brasileiro, não é usual na Costa Rica, país da América. Mas se depender dele vai se popularizar por lá. “É um dos cortes mais gostosos do mundo. Temos que levar para a Costa Rica”, brincou Moisés. A hospitalidade do povo brasileiro também foi destacada pela estadunidense Taylor Myrick, de 17 anos, que chegou ao Brasil no início da Copa do Mundo para visitar o namorado Pedro Lana, de 18, que ela conheceu na internet. Ela conta que foi muito bem recebida no Brasil pela família do namorado e ficou muito impressionada com a gentileza do povo em geral. Taylor também gostou da variedade e fartura da comida mineira. “É que lá eles comem, por exemplo, macarrão com queijo no almoço. Só. Não tem arroz, feijão, carne, verdura ou legumes como aqui”, comenta Pedro.

PRÍNCIPES Para o casal Philippe e Françoise de Chimay, integrantes da família real da Bélgica, que jogou em Belo Horizonte na primeira fase da Copa do Mundo e continua no páreo nesta segunda fase, é difícil dizer o que mais gostaram do Brasil e qual lembrança vão levar daqui. É que, segundos eles, que na Bélgica são chamados de príncipe e princesa (todos da família real têm título de nobreza), cada lugar tem sua atração. Mas um dos destaques é o povo brasileiro.
“Very nice”, disseram. Os dois já estiveram no Pantanal e em Inhotim, centro de arte contemporânea localizado em Brumadinho, na Grande BH, lugar já classificado por críticos como uma das maravilhas culturais do mundo. Eles disseram ter ficado muito impressionados com as belezas dos dois locais. O casal fez fotos com moradores de Ouro Preto. Em nenhum momento o casal revelou seu título de nobreza, mas fez questão de dizer, sabendo do gosto do brasileiro pela cevada, que o sobrenome dos dois era também a marca de uma cerveja famosa na Bélgica.

Até os chilenos, tristes depois que a seleção perdeu para o Brasil anteontem, elogiaram o povo brasileiro e os estádios da Copa do Mundo. De acordo com os irmãos Diego Rénasco e Angeles Achardo, o Maracanã e o Mineirão são muito bons. Eles estavam em Ouro Preto em companhia do pai, Raimundo Achardo. Além do Rio e de BH, eles estiveram também em Salvador, na Bahia..