Jornal Estado de Minas

Mesmo sem jogos, turistas estrangeiros continuam em BH para conhecer a cidade

Estrangeiros aproveitam recesso entre as partidas do Mundial ou que suas seleções já foram eliminadas para conhecer pontos turístico

Tiago de Holanda

O inglês Paul West roda o Brasil de bicicleta e hoje segue para a Serra do Cipó, depois Diamantina: "A festa na Savassi foi muito gostosa" - Foto: Fotos: Leandro Couri/EM/D.A Press

Depois de receber cinco jogos da Copa do Mundo em duas semanas, Belo Horizonte vive um intervalo de 10 dias entre a oitava de final vencida pelo Brasil no sábado e a semifinal, que encerra a participação local na próxima terça-feira. Nesse hiato, os estrangeiros que resistem na cidade, independentemente dos jogos, visitam os pontos turísticos. Para alguns, o torneio não foi o único motivo da viagem, mas aproveitam o recesso para curtir um pouco mais a capital mineira, antes de voltar para casa ou seguir pelo Brasil.

O cineasta chileno Emiliano Stange, de 33 anos, chegou ao país no dia 21 e foi ao jogo de Chile e Holanda, em São Paulo. No dia 24, chegou a BH, onde esteve no Mineirão para duas partidas – Inglaterra x Costa Rica e a última, quando sofreu ao ver sua Seleção perder nos pênaltis para a equipe de Neymar e companhia. “Chorei como uma criança. Foi muito triste, mas estou orgulhoso do nosso time”, diz. A princípio, o turista planejava ir ao Rio de Janeiro logo após a semifinal, de onde retornaria na quinta a Santiago, mas decidiu passar o restante da viagem na capital, pela qual se apaixonou.

“O que mais me agradou foi o povo, muito amigável. Em Santiago, as pessoas são mais frias.
Aqui querem conhecer você, conversar”, avalia Emiliano, que sempre sai às ruas com a camisa da Seleção Chilena para estimular a aproximação de brasileiros. “Gostei muito da Savassi, fiz amizade com alguns mineiros e estamos mantendo contato”, diz. Um dia, ele se deixou perder pelo Centro. “BH parece uma cidade mais real do que outras muito turísticas, como Salvador.”

Morador de Bornemouth, no Sul da Grã-Bretanha, o inglês Paul West, de 31, viajou de avião até Buenos Aires, na Argentina, onde chegou em abril. Deslocou-se de bicicleta até o Brasil. Entrou pelo Rio Grande do Sul e no dia 23 chegou a Belo Horizonte. No Mineirão, assistiu ao jogo entre sua Seleção e a da Costa Rica. Está hospedado em um hostel na Pampulha. A ideia é retomar a estrada hoje e seguir para Lagoa Santa, onde quer visitar a Gruta da Lapinha. O plano é passar pela região da Serra do Cipó e seguir até Diamantina. Em seguida, o objetivo é ficar um tempo em Salvador (BA). “Depois não sei. Não tenho data para voltar à Inglaterra”, diz.

O Mundial foi uma das razões para Paul vir ao Brasil nesta época, mas não foi a única.
“Amo futebol. A Copa é como um bônus, mas eu viria de qualquer maneira”, conta. Assim como Emiliano, ele também elogia o modo de ser dos brasileiros que conheceu. “Em todos os lugares, as pessoas foram hospitaleiras, amigáveis. São mais solícitas e abertas que na Inglaterra”, compara. Até agora, a cidade preferida no país foi Florianópolis (SC), mas ele também adorou BH. “A orla da Lagoa da Pampulha é muito legal, relaxante, apesar de a água ser suja. A festa na Savassi foi muito gostosa”, avalia.

Acampados no Parque Lagoa do Nado, chilenos agora querem rodar o país para descansar - Foto: Leandro Couri/EM/DA Press
ACAMPADOS
A área de acampamento ofertada pela Prefeitura de BH a turistas no Parque Lagoa do Nado, na Pampulha, estava quase vazia na tarde de ontem, a não ser por sete chilenos. Dois deles, Felipe Balart, de 25, e Alejandro Diban, de 26, estão cruzando parte da América do Sul na van onde dormem. Saíram de Santiago e chegaram ao Brasil há cerca de um mês.
Foram aos três jogos do Chile na primeira fase da Copa e à oitava de final em BH, onde estão desde sexta-feira. O plano era ir embora hoje à tarde, com destino a Porto Seguro (BA) ou outra cidade praiana. “Estávamos correndo de um lugar pro outro para não perder os jogos. Agora vamos descansar”, explicou Felipe.

“Mundial, amigos, festa”. É assim que o australiano Mark Rowe, de 22, resume as razões para ter vindo ao Brasil. Ele está acompanhado de amigos, entre eles o colombiano Sebastián Gonzales, de 21. Os universitários planejam passar duas semanas na capital mineira, para onde viajaram a convite da amiga Lorena Costa, de 22, que mora em Contagem. “Na Austrália, ninguém ouve falar em Belo Horizonte, mas é interessante. Gostei muito do tropeiro”, disse Mark.

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