Jornal Estado de Minas

Homem envolvido em morte de funcionário público deixa a prisão na capital

Maurício Giorni, de 59 anos, é apontado pela Polícia Civil como o amante da ex-mulher da vítima, a cuidadora de idosos Marcilene Isabel da Silveira, de 49 anos. As investigações apontam que os dois planejaram o crime

João Henrique do Vale Luana Cruz Andréa Silva
Trio foi preso em junho por causa da morte do funcionário público - Foto: Jair Amaral/EM/D.A.Press

Um dos homens suspeitos da morte do funcionário público Vicente de Paula, 58 anos, em 28 de março deste ano no Bairro Concórdia, Região Nordeste de Belo Horizonte, deixou a cadeia oito dias depois de ser preso. Maurício Giorni, de 59 anos, é apontado pela Polícia Civil como o amante da ex-mulher da vítima, a cuidadora de idosos Marcilene Isabel da Silveira, de 49 anos. As investigações apontam que os dois planejaram o crime e contrataram um outro comparsa para a execução.

De acordo com a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), Giorni deixou o Centro de Remanejamento Prisional (Ceresp) Gameleira na madrugada desta quarta-feira. Ele foi solto depois que a Justiça emitiu uma alvará de soltura. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) não conseguiu informar quais os argumentos utilizados pelos advogados de defesa para conseguir o documento.

Os outros envolvidos no crime continuam presos. Marcilene segue no Ceresp Centro-Sul onde está desde dois de junho.
Já Francisco de Assis Mendes Vieira, apontado como o assassino do funcionário público, está no Ceresp Gameleira.

De acordo com a polícia, Marcilene planejou a morte do marido. Ela já estava envolvida em um caso extra-conjugal com o caminhoneiro Maurício, desde dezembro de 2013. Para motivar Maurício a apoiá-la no crime, a mulher dizia que apanhava frequentemente da vítima. A mentira também era contada a vizinhos e pessoas próximas, na tentativa de construir uma imagem ruim de Vicente.

No entanto, os próprios filhos de Marcilene, fruto de um primeiro casamento, desmentiam a mãe contando à vizinhança que Vicente era um excelente padrasto e marido. O funcionário público tinha uma situação financeira estável com duas casas – uma na capital e outra em Divinópolis – além da aposentadoria. A polícia acusa Marcilene de programar o crime para ficar com a herança do marido.

O casal estava em processo de separação, apesar de Vicente não aceitar ficar longe de Marcilene. Ela já havia deixado a casa do Bairro Concórdia e assumido a relação com Maurício. No dia do crime, a mulher ligou para Vicente dizendo que gostaria de conversar com ele em uma praça, perto da casa da vítima. O funcionário público foi até o local marcado para encontrar a ex.

Na ocasião, Maurício e Francisco estavam de tocaia e o crime foi previamente combinado.
O amante daria apoio e o executor contratado mataria Vicente. No entanto, enquanto o casal conversava, o próprio Maurício atacou o funcionário público pelas costas usando uma ferramenta para dar três golpes na nuca. Na tentativa de atrapalhar as apurações futuras da polícia, Francisco colocou uma bucha de maconha ao lado do corpo de Vicente, material que foi apreendido pelos investigadores no local do crime.

Logo depois da morte, Marcilene foi para casa alegando que ela e Vicente haviam sido vítimas de um assalto. A mulher sequer tratou de acompanhar o recolhimento do corpo, procedimento que ficou por conta dos enteados da vítima. A filha de Marcilene desconfiou da versão de assalto da mãe, porque encontrou a bolsa intacta, com todos os cartões de crédito em casa. A jovem ainda levou em conta que Marcilene já havia tentando matar Vicente dando calmantes em excesso para o companheiro.

Em poucos dias, Marcilene colocou o amante para morar na casa do Concórdia e fez um seguro para o caminhoneiro. A polícia iniciou as investigações sobre o crime com base, principalmente, em imagens de circuito de segurança que registraram a movimentação de Vicente na praça. No local do crime, foram vistos os três suspeitos.


Marcilene foi presa em dois de junho e os outros dois envolvidos no dia 25 do mesmo mês em cumprimento de mandado de prisão. Inicialmente, negaram o crime, mas logo depois confessaram o plano da morte de Vicente.

A mulher não tinha passagens pela polícia, assim como o amante. Somente Francisco tinha ficha criminal. Ele disse à polícia que receberia pelo assassinato, mas acabou não executando o crime..