Jornal Estado de Minas

Tremor causado por queda de viaduto em BH foi sentido a cinco quarteirões do local

Testemunhas dão relatos dos momentos de pânico depois do incidente que deixou duas mortes e outras 22 pessoas feridas

João Henrique do Vale, Tiago de Holanda, Guilherme Paranaíba, Jefferson Coutinho
O viaduto atingiu quatro veículos, dois caminhões, um ônibus e um carro - Foto: Valquiria Lopes
A queda do viaduto na Avenida Pedro I, no Bairro São João Batista, na tarde desta quinta-feira, provocou uma nuvem de fumaça e um forte estrondo que foi ouvido a distância.
O tremor causado pela queda de toneladas de concreto foi sentido há uma distância de cinco quadras do local. Quatro veículos foram atingidos, sendo dois caminhões, um ônibus e um carro. Pelo menos duas pessoas morreram e outras 22 ficaram feridas na tragédia.
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Vizinhos da tragédia se assustaram quando a estrutura caiu. Muitos se preocuparam com danos das residências. “Minha primeira preocupação foi verificar as rachaduras em minha casa. O estrondo foi muito forte e o tremor também”, disse a técnica em segurança do trabalho, Priscila Conti.
A mulher mora na Rua Monsenhor Negro Monte. Logo depois de ouvir o barulho da queda, a mulher foi até o local. Em poucos minutos, várias pessoas se aglomeraram no local.

A funcionária da estação do BRT/Move Lagoa do Nado, Ana Carolina Carvalho, de 20 anos, conta que por pouco a tragédia não foi maior. "A estação tremeu. Todo mundo saiu correndo e eu fiquei em choque. Tinham três ônibus do BRT quase lá. Tinha muito ônibus comum próximo também", comentou.

O corretor de imóveis Rogério Júnio Alves, de 37 anos, flagrou o momento do acidente. “Foi um negócio assustador. Não estou acreditando. Parei no sinal próximo ao prédio do INSS e estava conversando com minha filha. De repente o viaduto caiu de uma vez.
“Levantou uma poeira muito grande. Eu entrei a primeira direita e depois peguei a Rua Dois de Outubro. Estava assutado e com minha filha de 13 anos”, disse.

Outras pessoas quase foram vítimas das tragédia. Um deles é o caminhoneiro André Dias Sousa. Ele estava em um dos caminhões que foi esmagado pela estrutura. "Estava tirando a terra para fazer a base do asfalto novo. Deu um estalo e caiu de uma vez. Não sei como consegui correr. Tem que perguntar para Deus", explicou.

Já Enilson Luiz, de 37, estava no ônibus atingido pelo viaduto.
A motorista do veículo Hanna Cristina, 36 anos, morreu na hora. "O barulho foi assustador. A traseira subiu e achamos que o viaduto esmagaria o resto do ônibus. Bati com força na porta e voei para o lado de fora. Depois tentei ajudar o resto do pessoal”, contou.

Moradores vizinhos ao viaduto contam que a obra era uma tragédia anunciada. Assista;

Veja como foi o acidente

- Foto: Soraia Piva/em.com.br
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