Jornal Estado de Minas

Erro de engenharia já causou tragédia no Parque Gameleira

Fim da manhã de 4 de fevereiro de 1971. Uma tragédia abalaria Belo Horizonte e chocaria o Brasil, colocando em xeque a engenharia civil brasileira. O Parque de Exposição Bolivar de Andrade – o Parque da Gameleira –, passava por obras. Uma delas era a construção de um pavilhão. Para isso , foi contratado o arquiteto Oscar Niemeyer e o engenheiro Joaquim Cardozo. Ambos já haviam trabalhado em BH no complexo arquitetônico da Pampulha e no Conjunto JK, no Centro da cidade.



O então governador de Minas, Israel Pinheiro, vivia seus últimos dias no cargo, pois deixaria o Palácio da Liberdade em 15 de março. Como todo político, Israel queria deixar legados do seu governo, e o pavilhão da Gameleira era um deles. Mas as obras não estavam prontas. Com esse atraso, o governo começou a pressionar os trabalhadores para que as obras terminassem antes do fim do mandato. Operários já vinham alertando o governo sobre fissuras e estalos nos alicerces. Sem ouvir os operários,  o governo mandou retirar as vigas de sustentação.

E às 11h45 do dia 4 de fevereiro toda estrutura – 10 mil toneladas – veio abaixo. Com a queda , 69  trabalhadores morreram e houve pelo menos 100 feridos, muitos ficaram por meses internados em hospitais da capital mineira – vários deles sofreram amputações . O registro de mortos ficou restrito a corpos resgatados dos escombros. O numero não inclui os óbitos posteriores ocorridos nos hospitais.

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