As obras do transporte rápido por ônibus (BRT/Move), principal aposta para melhorar o trânsito de Belo Horizonte para a Copa do Mundo, têm histórico conturbado. Além do atraso no cronograma, que levou à aceleração do ritmo de trabalho às vésperas do Mundial, problemas estruturais foram detectados em pelo menos duas outras edificações. Na semana passada, o Estado de Minas revelou com exclusividade laudo técnico de engenharia que identificou falhas graves na cobertura do Terminal de Integração São Gabriel, no bairro homônimo, na Região Nordeste da capital. Em fevereiro, um viaduto em construção na Avenida Pedro I, na esquina com a Rua Montese, teve deslocamento lateral de 27 centímetros.
Outra possibilidade apontada era de que um amortecedor hidráulico instalado entre a coluna de sustentação e a pista do viaduto teria estourado. Como se não bastasse, em maio, uma máquina usada nas obras do BRT da Pedro I, próximo da Avenida Vilarinho, levou ao rompimento de uma adutora da Copasa, transformando as pistas em um lamaçal. De acordo com o cronograma, as intervenções na Pedro I deveriam ter sido entregues em setembro de 2012. Os prazos foram revisados e houve adiamento para agosto do ano passado, mas as intervenções tiveram novo atraso e continuam sem conclusão.
SÃO GABRIEL A pressa também foi inimiga da perfeição nas obras do Terminal de Integração São Gabriel, principal estação do BRT/Move e por onde passam cerca de 80 mil pessoas diariamente. O documento do Instituto Mineiro de Perícias apontou que o terminal está em “processo inicial de deformação” e alerta para o risco de ruptura e queda de peças de até 200 quilos da cobertura do terminal.
Entre os problemas, estão a falta de parafusos em vigas, peças remendadas e sistema de escoramento falho. O terminal foi inaugurado em maio, antes da conclusão das obras. O documento recomenda uma avaliação emergencial quanto ao tráfego de pedestres no terminal. De acordo com a prefeitura, não há qualquer risco e a estação opera em condições de segurança. (FA)