Peritos das polícias Civil e Federal estão na Avenida Pedro I, na manhã desta sexta-feira, para investigar as causas da tragédia, que deixou dois mortos e 22 feridos na tarde de ontem, na Região de Venda Nova. Engenheiros e técnicos da Cowan, empresa responsável pela obra, acompanham os trabalhos. A análise preliminar feita pelo Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de Minas Gerais (Ibape-MG) indica que houve o afundamento de um pilar da estrutura.
O presidente do Ibape-MG, Frederico Correia Lima, acompanha os trabalhos de perícia. Segundo ele, a principal hipótese levantada até agora é a de que o excesso de peso em um dos pilares do viaduto provocou o colapso da estrutura. "Aparentemente, houve o afundamento de um pilar do viaduto. Com a retirada de algumas escoras, o peso que estava distribuído entre escoras e pilar ficou todo direcionado para o pilar principal", explicou. "Temos que analisar o plano de retiradas de escoras para ver como ele estava funcionando. Esse projeto determina quando e como as escoras devem ser retiradas", acrescentou.
Ainda em obras, o viaduto Batalha dos Guararapes foi construído em “Y”, com um viaduto de 40m de comprimento e mais dois ramais de 77,5m cada. O escoramento da estrutura, que tem peso estimado em 1,8 mil toneladas, foi retirado na manhã de quinta-feira. Logo no início da tarde, o acidente ocorreu.
O perito judicial Gerson Angelo José Campera, do Instituto Mineiro de Perícia, também acredita na mesma hipótese. O consultor foi acionado pelo Instituto de Criminalística da Polícia Civil (PC) para colaborar com o laudo técnico de engenharia que apontará os motivos da queda. “Não houve deslocamento lateral, o viaduto caiu sobre si mesmo. Tudo leva a crer que o concreto não atingiu a resistência adequada para suportar o peso”, afirma Campera.
Inquérito
De acordo com a Polícia Civil, as investigações sobre a queda do viaduto ficarão a cargo da 3ª Delegacia Regional de Venda Nova. Nessa quinta-feira, o delegado regional Hugo e Silva colheu as primeiras informações com testemunhas da tragédia. A perícia de engenharia legal do Instituto de Criminalística da PCMG prossegue nesta sexta-feira. O laudo pericial deve ser concluído no prazo de 30 dias.
Veja como foi o acidente