Depois de um dia de luto, em decorrência da queda do viaduto na Avenida Pedro I, a Fan Fest voltou a animar nesse sábado a torcida em Belo Horizonte. Quando terminou a partida entre Argentina e Bélgica, com a vitória do time de Messi, o informativo de público presente no Expominas era de aproximadamente 3,5 mil pessoas. Interessados, mesmo, na partida não chegavam à metade desse público.

O clima geral era de “secar” os argentinos. Próximo ao telão principal havia um grupo de adolescentes entoando cantos para desencorajar os hermanos. “Se você é argentino / Diga então como é que é / Ter somente duas Copas / Uma a menos que o Pelé”, cantavam as meninas, sempre voltadas a um pequeno grupo de brasileiros-argentinos, como ficaram apelidados os brasileiros que estão vestindo a camisa da Seleção Argentina.

Quem puxava a brincadeira era a estudante Carolina Oliveira, de 16 anos, que foi ao evento com duas amigas, mas juntou uma barulhenta turma só para incomodar os argentinos. Uma dessas amigas instantâneas era Gabriela Vieira França, estudante de 15 anos, que atribuiu o pequeno público ao fato de o evento não ter ocorrido na sexta-feira.

Não se via qualquer aglomeração de torcedores pró-Bélgica, mas toda vez que os europeus tinham alguma chance, o público se animava. Apesar de ser minoria, quando a Seleção Argentina ia ao ataque sua torcida respondia à altura. O argentino Jorge Pepo, da província de Jujuy, no Norte do país vizinho, disse que ficou muito nervoso com a partida. Ele conta que está no Brasil há 15 dias, mas não conseguiu ir a nenhum jogo do seu time. “Para a partida contra o Irã, achei ingresso por US$ 600 (R$ 1,3 mil), mas não tenho esse dinheiro. É a primeira vez aqui na Fan Fest, tenho ido mais à Savassi”, disse Jorge. Para ele, não são só os brasileiros que “secam” sua seleção, mas todos os demais torcedores da América do Sul..