Jornal Estado de Minas

Pilar de viaduto é o foco dos peritos para descobrir causas do desabamento em BH

Estrutura deve desvendar queda de elevado na Pedro I, diz investigador. Estudos de empresa serão avaliados

Guilherme Paranaiba
Os peritos da Polícia Civil que investigam causas do desabamento do Viaduto Batalha dos Guararapes, na Avenida Pedro I, em Venda Nova, decidiram focar os trabalhos no pilar que afundou cerca de seis metros.
Também será preservada uma área no entorno, para que seja feito o estudo do solo da região. Segundo fontes da Polícia Civil, o trabalho pericial vai confrontar as análises do solo e estrutural do viaduto, além da execução da obra, para descobrir o erro que provocou o acidente. Enquanto os peritos preparam o terreno para o trabalho de campo, 18 pessoas já foram ouvidas no inquérito policial que apura responsabilidades, entre engenheiros e funcionários da Cowan, construtora contratada para a obra. Duas pessoas morreram e 23 ficaram feridas no desabamento.

Nesse sábado, os trabalhos se concentraram na limpeza da área do viaduto para melhor visualização da estrutura. Os peritos chegaram à conclusão que vão atuar em um dos três pilares da alça sul do elevado, que afundou seis metros e que, acreditam os peritos, guarda as respostas para as causas do acidente. O pilar é amparado por 10 estacas de concreto armado, com profundidade de 22 a 24 metros e 80 centímetros de diâmetro, de acordo com o presidente do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de Minas Gerais (Ibape/MG), Frederico Correia Lima. As outras duas pilastras de sustentação do pontilhão não apresentaram problemas.
Uma fonte envolvida com os trabalhos ouvida pelo EM explicou que a perícia vai procurar falhas de três formas. “Temos o estudo do solo, o estudo estrutural do viaduto e a execução de toda a obra”, afirma.

Do ponto de vista da perícia, a demolição das partes que estão obstruindo a Avenida Pedro I já foi liberada. Porém, ainda são necessárias definições com a população do entorno e também outras autoridades, como o Ministério Público. A expectativa dos peritos é conseguir iniciar as ações específicas de análises das causas do problema na terça-feira ou quarta-feira, quando eles terão a segurança necessária para investigar o pilar que afundou, sem máquinas quebrando concreto na própria área de trabalho. O coronel Alexandre Lucas, coordenador municipal da Defesa Civil, informou que o órgão está fazendo o possível para atender no menor tempo as quatro exigências da Polícia Civil para começar a demolição do viaduto.

TECNOLOGIA Na tentativa de levantar o maior número de informações possíveis sobre o desabamento, a Polícia Civil conta com a ajuda da tecnologia. Chegou ontem a Belo Horizonte um equipamento do tipo scanner capaz de fazer uma varredura fotográfica no local do acidente e reproduzir a realidade no computador em três dimensões. Esse aparelho é de uma empresa de Santa Catarina e foi usado uma única vez no Brasil, em janeiro de 2013, no incêndio da Boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul.

Segundo o diretor do Instituto de Criminalística da Polícia Civil, Marco Antônio Paiva, o equipamento vai ajudar peritos a reproduzir o que ocorreu na última quinta-feira..