PM adotará mais uma vez o sistema de passa um na Savassi

Daniel Camargos

Primeiro, a Savassi viveu um verdadeiro carnaval temporão, recebendo até 30 mil pessoas numa noite. Depois, durante os cinco dias desde a tragédia na Avenida Pedro I, o que levou a Prefeitura de Belo Horizonte a cancelar os eventos da Copa na cidade, a região ficou na calmaria. Hoje, a promessa é de retorno da festa, que já vem ocorrendo desde ontem, quando alemães, um pouco mais tranquilos que colombianos, argentinos e chilenos, começaram a chegar para o jogo de hoje no Mineirão. O comércio desde ontem já estava com expectativa de boas vendas.

A maior parte bebia sentado nos bares, com semblante de quem tem experiência no torneio, pois nas últimas quatro edições do Mundial a Seleção deles chegou pelo menos até a semifinal. O alemão Jöre Roth estava vestido a caráter, com um chapéu e um colar espalhafatoso das cores da bandeira da Alemanha, mas antes das 20h já voltava para o hotel. “Cheguei hoje (ontem) na hora do almoço. Fui ao Mercado Central e gostei muito. As pessoas são amigáveis e os corredores cheios de gente e comida”, destacou o alemão, que vive em Londres, na Inglaterra.

Porém, a falta de pique de Jöre e de outros alemães para persistir bebendo durante a noite influenciou diretamente na perspectiva de faturamento dos bares ontem. O sócio do 80 Bar Marlon Rodrigues chegou a reforçar a equipe, pois imaginou que como é feriado hoje a segunda-feira equivaleria a uma sexta-feira. Mas não foi o que aconteceu. Sem a presença maciça dos turistas, a expectativa era vender bem menos que as 300 caixas de latão de cerveja, o recorde estabelecido logo nos primeiros dias do Mundial. Hoje, a expectativa é que a região volte a encher de turistas e os bares também.

No Restaurante Assacabrasa a expetativa também era menor do que quando os latinos tomaram as ruas da Savassi. “Estava esperando que ficasse mais cheio. Teve dia que vendemos 80% da cerveja de nosso estoque”, afirma o gerente Ledson Lemos. Ontem, ele disse que o movimento estava bom, próximo ao de uma sexta-feira, mas que os alemães e outros europeus são diferentes, pois comem mais e não ficam apenas bebendo.

O engenheiro Daniel Kramer, de 28, gostou da cerveja brasileira, mas diz que se comparada com a que bebe em sua terra natal, Sutgart, é muito fraca. “Eu preciso beber muito para ficar tonto”, detalha. Ele está seguindo a Seleção pelo país e foi em todos os cinco jogos da equipe de Bastian Schweinsteiger. “Estou gostando muito do país. Antes de vir fui alertado sobre cuidados com a segurança, mas não tive nenhum problema. As pessoas são maravilhosas”, diz o encantado alemão.
O analista de marketing Robert Eirke, de 36, já conhecia a cidade, pois faz trabalhos voluntários com uma ONG em favelas do país. Ele trouxe o pai, Klaus Eirke, 63, e os dois estão achando a experiência brasileira fantástica. “Seria sensacional vencer o Brasil, mas já estou feliz com o desempenho da Alemanha. É uma pena o Neymar não jogar”, lamenta Robert.

SISTEMA PASSA UM A Polícia Militar adotará mais uma vez o sistema de passa um na região hoje como aconteceu na partida ante a Colômbia. Serão instaladas estruturas de grades nas áreas que têm sido fechadas ao trânsito durante as partidas da Copa do Mundo. Os pontos são Getúlio Vargas com Fernandes Tourinho e Alagoas; com Paraíba e Tomé de Souza; e Cristóvão Colombo com Alagoas e Tomé de Souza.

INGRESSO DE VOLTA
Quem comprou ingressos para o Conexão BH, um dos eventos desmarcados por conta da queda do Viaduto Batalha dos Guararapes, na Pedro I, deve ficar atento às datas para devolução do dinheiro. A empresa responsável pelos shows informou que a troca será feita até sexta-feira, das 10h às 18h, no Mercado do Cruzeiro, onde são os eventos, que fica na Rua Ouro Fino, 452, loja 27, na Cria Cultura. Quem comprou ingresso pelo Sympla deve enviar um   e-mail para suporte@sympla.com.br com o número da compra.