Provavelmente, os alemães não terão tempo para tentar aprender a pedir, em português, o famoso pão de queijo em BH. “Pan de quétzo” era o que saía da pronúncia do engenheiro Markus Bürgle, de 34 anos, que chegou ontem à capital com o conterrâneo Thomas Hãring, de 33, e o diretor da Osram, Jürgen Rõderer, de 49. Como ocorre com a maioria dos 6 mil turistas germânicos esperados para o jogo de hoje, segundo o consulado alemão, esses torcedores de maior poder aquisitivo já desembarcam no aeroporto com traslado assegurado por agências e reserva antecipada nos melhores hotéis.
Mais silenciosa e programada, nem por isso a invasão deixa de ser empolgada, assim como ocorreu com as torcidas colombiana e argentina. Que o digam os amigos Markus, Thomas e Jürgen, que, apesar de tomar chá de cadeira no aeroporto, seguiram direto para um passeio a pé pela cidade. Fizeram um tour pelo Mercado Central, seguiram para a Praça da Liberdade e iriam depois para a Região da Savassi, vestidos com a camisa da Seleção Alemã. O mais animado era Rõderer, que pintou o cabelo de ruivo, louro e preto, nas cores da bandeira germânica.
O professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Martin Curi, que foi contratado pelo consulado alemão por falar português e apoiar seus compatriotas, estava ontem em uma van estacionada na Praça da Savassi.
Diferentemente da maioria dos turistas estrangeiros, o trio alemão Bastian Thelen, Tim Otto e Dirk Rademacher não considera imprescindível a praia para uma cidade ser boa opção. Depois de visitar Recife, Rio de Janeiro, Ilha Grande, Paraty, São Paulo e Porto Alegre, eles elegem a capital gaúcha como a mais interessante. “Nos agrada o povo, a hospitalidade”, diz Bastian. Ao ficar sabendo da beleza das mulheres e da qualidade da vida noturna mineira, ele de imediato afirma: “Isso é mais importante do que praia”.
A Copa do Mundo brasileira é a segunda que o trio acompanha in loco. A outra, a de 2006, foi realizada em seu país. Mesmo assim, os alemães não titubeiam: “Claro que a do Brasil é melhor. Estou de férias, conhecendo gente nova todos os dias e coisas de uma cultura bem diferente da nossa. Meu Facebook está lotado de gente nova”, conclui Bastian. (Com PRF)
POINTS GERMÂNICOS
» Haus –Rua Juiz de Fora, 1.257, Santo Agostinho, (31) 3291-6900. O restaurante oferece dois cardápios: o convencional e o especial (para ser harmonizado com cervejas alemãs). Abre às 15h.
» Krug Bier – Rua Major Lopes, 172, São Pedro, (31) 2535-1122.
» Neckartal – Rua Leopoldina, 73 , Santo Antônio, (31) 3296-8750. Com capacidade para 80 pessoas, é o ponto de encontro da colônia alemã em BH. O restaurante vai servir o tradicional biscoito brezel, recheado de manteiga ou patê de fígado.
» Stadt Jever – Avenida do Contorno, 5.771, Funcionários, (31) 3223-5056. O pub alemão não vai exibir a partida. Abre às 18h.
Personagem da notícia
O tetratorcedor
MATTHÄUS HAMMERL
MOTORISTA DE TÁXI
Com o traje típico da Bavária – ele mora na cidade de Bad Tölz –, o motorista de táxi Matthäus Hammerl, de 70 anos, chamava a atenção ontem, na Savassi. Torcedor do Bayern de Munique, o simpático alemão, pai de três filhas e avô de quatro netos, assiste à sua quarta Copa do Mundo. “Fui ao Japão e à Coreia, em 2002, depois vi as partidas no meu país, estive na África do Sul em 2010 e agora vim ao Brasil”, diz.