Dispostos a cruzar o mundo para torcer por sua seleção ou ver uma bela partida, independentemente dos países em campo, os fiéis seguidores da Copa chegam animados a Belo Horizonte para assistir ao jogo do Brasil contra a Alemanha. O Mineirão vai receber de hermanos colombianos e peruanos a turistas da Mongólia, Austrália e Rússia. Apenas ontem, visitantes de cerca de 30 nacionalidades desembarcaram no Aeroporto Internacional Tancredo Neves. Hoje, 172 voos extras vão pousar em Confins e na Pampulha, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
De origem libanesa, Bilal Sayed Ali, Hanza Raad, Wassim Shirry e Issa Badreddine moram em Montreal, no Canadá. Com idades entre 28 e 30 anos e alto poder aquisitivo, o grupo planejou durante nove meses as férias brasileiras. Ontem, eles passeavam pela Praça da Liberdade fotografando as palmeiras e o Palácio da Liberdade. “É museu?”, perguntava Bilal, contando que eles planejam voltar ao Rio de Janeiro e a São Paulo.
Os indianos Arijit Bhattacharya, de 44 anos, Salil Ajinkya, de 40, e Amit Basu, de 48, moram em Nova York.
Outro fanático pelo esporte é o empresário francês Micael Momoun, de 60. “Desde a Copa de 1998, realizada no meu país, participei de todas. Só não deu para ir à África do Sul”, contou. Usando bonezinho verde-amarelo, ele já se programa para ir a Moscou em 2018. Judeu, ele quis visitar uma sinagoga na noite de domingo e ficou feliz em contar com a ajuda de policiais militares. “Eles me levaram até o hotel. Foi muito bom”, elogiou o visitante, impressionado com a quantidade de mendigos nas ruas de BH. “Falta uma política social”, observou.
Andrew Hobbs, de 43, está na sua terceira Copa do Mundo: “Fui à Alemanha e à África do Sul”, conta o orgulhoso australiano, vestindo a camisa amarela de sua seleção, eliminada na primeira fase.
Hoje, o australiano Mark di Palma vai assistir a seu nono jogo na Copa. O esporte não está entre os mais populares da terra do rúgbi, mas o número de adeptos tem crescido, conta ele. Apesar das três derrotas da Seleção Australiana, Mark aprovou o desempenho do time. Ele quer ver a festa para a Seleção do Brasil dentro do estádio. “É impressionante a paixão do brasileiro pelo futebol”, diz Mark, que visitou São Paulo, Cuiabá, Porto Alegre, Curitiba, Brasília, Recife e Salvador.
O norte-americano Daniel Zayas, de 24, improvisava como intérprete, ciceroneando um grupo de amigos e o irmão mais novo, Jeff, de 22 – todos com ingressos para o Mineirão. Zayas estuda português nos Estados Unidos e fez intercâmbio em Portugal. Na tarde de ontem, Daniel, Jeff e os irmãos Michael e Daniel Pace, de 27 e 22 anos, passeavam na Praça da Liberdade.
Diferença Ex-jogador de futebol e comentarista da TV polonesa, Grzegorz Mielcarski conta, em português perfeito, que se surpreendeu com a organização da Copa diante da “publicidade negativa” veiculada meses antes do torneio. “O Brasil é um país fantástico com alguns pequenos defeitos”, observou Grzegorz.
...Balcão globalizado
A diretora de Promoção Turística da Belotur, Stella Kleinrath, responsável por um balcão de informações no aeroporto de Confins, informa que turistas de 75 nacionalidades solicitaram ajuda à sua equipe desde o início da Copa do Mundo. O balanço não inclui desembarques ligados ao jogo de hoje. Além de conterrâneos das 32 seleções que disputam a Copa do Mundo, há visitantes nascidos em Belize, Uzbequistão e Quirguistão, entre outros países. “O mundo todo está aqui”, afirma Stella.