Jornal Estado de Minas

Mãe e padrasto suspeitos de matar criança de 6 anos em MG podem pegar 91 anos de prisão

A Polícia Civil concluiu o inquérito do crime nessa terça-feira. O laudo de necrópsia apontou que a causa da morte foi enforcamento, por isso o casal vai responder por homicídio duplamente qualificado

João Henrique do Vale
Casal segue preso na Penitenciária de Ponte Nova, na mesma região onde o crime ocorreu - Foto: TV Super Canal/Divulgação

A Polícia Civil concluiu o inquérito de um crime bárbaro que chocou Santa Bárbara do Leste, cidade localizada no Leste de Minas Gerais. Uma criança de seis anos foi cruelmente assassinada pela mãe, Josina Concebida Moysés, e o companheiro dela, José Mateus da Silva, ambos de 35 anos. O laudo de necrópsia apontou que a causa da morte foi enforcamento. Por isso, além de responder pelo crime de tortura e ocultação de cadáver, o casal também foi indiciado por homicídio duplamente qualificado -por motivo fútil e enforcamento. Se condenados, podem pegar até 91 anos de prisão. Porém, não podem ficar presos por mais de 30 anos, como prevê a lei brasileira.

Os dois foram presos preventivamente em 29 de junho. O corpo do menino João Paulo Camilo foi encontrado às margens da BR-116, no Distrito de Dom Corrêa, em Manhuaçu, na Zona Mata.
A criança foi morta um dias antes, depois de apanhar seguidamente do casal. Na manhã do dia seguinte, Josina Moysés e José Mateus levaram o corpo até o local onde o menino foi encontrado. Os irmãos dele, que têm menos de seis anos, foram encontrados em casa também machucados. Eles seguem internados em um hospital da região.

Os suspeitos disseram que agrediam a criança e outros dois irmãos dela porque elas urinavam na cama onde dormiam e não obedeciam às ordens do casal. As vítimas chegaram a apanhar com um arreio de cavalo e queimadas com óleo quente.

Os dois eram investigados como tortura seguida de morte, mas depois do resultado da necrópsia, também vão responder por homicídio. “Isso muda o caso, porque demonstra a intenção deles de querer matar a criança”, comenta o delegado Luiz Eduardo Moura Gomes, responsável pelo caso. Os presos confessaram os crimes, mas não disseram quem cometeu o homicídio. “Ela acusa o companheiro. O homem não nega, mas diz que a mulher quem bateu mais. Está comprovado que os dois cometiam os atos e que tinham a intenção de matar. Outras testemunhas apontaram isso”, explicou o delegado.


Garoto era agredido constantemente pelos pais - Foto: TV Super Canal/DivulgaçãoCasal segue preso

Um dia depois de ser preso, o lavrador José Mateus foi agredido dentro da Penitenciária de Caratinga, no Vale do Rio Doce, por colegas de cela. Ele foi retirado do local, encaminhado para a enfermaria da unidade e depois para uma Unidade de Pronto Atendimento, com escoriações leves no corpo e um corte na cabeça. Em seguida, foi transferido para a Penitenciária de Ponte Nova.

Segundo a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), ele está em uma cela de triagem sozinho. Porém, em breve será colocado junto com presos que cometeram crimes do mesmo perfil. Josina Concebida também foi levada para a cadeia e hoje está junto com outras três detentas. .