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Estado de Minas

Familiares de motorista de ônibus morta em tragédia na Pedro I fazem homenagem em missa

Dezenas de pessoas participaram na missa de sétimo dia da condutora na Paróquia Nossa Senhora de Misericórdia, no Bairro Itapoã, na Região da Pampulha


postado em 09/07/2014 19:53 / atualizado em 09/07/2014 21:41

A mãe, o pai e a filha da motoristas estavam presentes na igreja(foto: Marcos Vieira/EM/D.A.Press)
A mãe, o pai e a filha da motoristas estavam presentes na igreja (foto: Marcos Vieira/EM/D.A.Press)

O clima de comoção e saudade perdurou na missa de sétimo dia da motorista Hanna Cristina dos Santos, de 26 anos, que conduzia o micro-ônibus atingido pela alça do Viaduto dos Guararapes que desabou na última quinta-feira na Avenida Pedro I. Na tragédia, Charlys Frederico Moreira do Nascimento, que estava em outro carro, também morreu. Antes de entrar na igreja, na noite desta quarta-feira, familiares e amigos de Santos valorizaram o ato heroico da condutora de ter freado antes da estrutura. A esposa do prefeito Marcio Lacerda (PSB) fez uma visita de solidariedade aos parentes.

Veja imagens da homenagem

Os primeiros familiares de Hanna começaram a chegar na Paróquia Nossa Senhora de Misericórdia, no Bairro Itapoã, na Região da Pampulha, por volta das 18h50. A maioria usava uma camisa branca com a imagem da motorista e com a frase. “Hanna nossa heroína guerreira. Saudades eternas”. Muito emocionada, a mãe da mulher afirmou que a morte da filha tem que servir de alerta. “Não tem como voltar atrás e trazer minha filha de volta. Isso (queda do viaduto) é um alerta para as autoridades. Que isso não aconteça mais”, disse Analina Soares Santos.

A missa durou aproximadamente uma hora. Alguns familiares leram mensagens emocionantes sobre a motorista. “Vou dizer as mesmas palavras que eu disse para minha filha quando ela tinha 15 anos. Deus te abençoe. Que a luz divina te ilumine para sempre”, disse emocionado José Antônio dos Santos, de 61 anos, pai de Hanna.

A irmã dela, Priscila Carla dos Santos, de 30, afirmou que a família ficou mais unida depois do ocorrido e também prestou homenagens a mulher. “Minha irmã lutou muito para ser motorista, que era o sonho dela. Era uma jovem cheia de planos. Que trabalhava para dar conforto a filha. Morreu fazendo o que gostava”, afirmou.

Os familiares valorizaram o ato heroico da motorista. Passageiros que estavam no coletivo disseram que ela freou ao ver o viaduto caindo e conseguiu desviar alguns centímetros. A atitude salvou a vida de dezenas de pessoas que estavam no veículo. Além disso, ela conseguiu alertar a filha de 5 anos que estava no carro no momento do desabamento.

Os parentes informaram que a esposa do prefeito Marcio Lacerda, Regina Lacerda, esteve na casa deles em visita de solidariedade. A informação foi confirmada pela a assessoria de imprensa da Prefeitura de Belo Horizonte.

Parentes de Hanna fizeram uma passeata até o local da tragédia para pedir Justiça (foto: Marcos Vieira/EM/D.A.Press)
Parentes de Hanna fizeram uma passeata até o local da tragédia para pedir Justiça (foto: Marcos Vieira/EM/D.A.Press)

Protesto

Depois da missa, os familiares e amigos saíram em uma passeata da Igreja até o local da tragédia, na Avenida Pedro I. Com faixas, cartazes, balões brancos e velas, o grupo fez uma procissão para pedir Justiça pela tragédia. Durante o trajeto, todos caminharam em silêncio. O grupo não teve acesso a área do desabamento e ficou no perímentro de segurança, a 100 metros do ponto do desabamento. Emocionados, os parentes cantaram músicas e gritaram palavras de ordem. No, eles deixaram velas cesas e cartazes em homenagem à vítima. o ato foi acompanhado por 20 policiais militares e aconteceu de forma pacífica.

Velas e cartazes foram deixados sobre a pista da Avenida Pedro I (foto: Marcos Vieira/EM/D.A.Press)
Velas e cartazes foram deixados sobre a pista da Avenida Pedro I (foto: Marcos Vieira/EM/D.A.Press)

Reunião

Uma reunião entre a Polícia Civil, Defesa Civil, Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) e representantes da Cowan, responsável pela obra do viaduto que caiu na Avenida Pedro I, vai definir como será feita a demolição do elevado. Essa parte está dentro da área de segurança pedida por peritos no entorno do pilar central da estrutura e próximo ao conjunto habitacional Residêncial Antares. A retirada dos moradores dos imóveis não foi descartada. O encontro vai acontecer nesta quinta-feira às 17h. Os técnicos também fizeram uma vistoria nesta quarta-feira na alça que ainda continua de pé e em edificações próximas ao local. Nenhuma movimentação ou risco de desabamento foi constado.


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