Dor das famílias das vítimas, apreensão dos vizinhos, prejuízo para motoristas e passageiros e mais problemas urbanos em Belo Horizonte. A queda do viaduto Batalha dos Guararapes, na Avenida Pedro I, na Pampulha, há uma semana, desencadeou uma sucessão de transtornos sem prazo para acabar. Não bastasse a dúvida sobre os motivos do acidente que matou duas pessoas e feriu 23, o desabamento da estrutura deixa outra incógnita no ar: quando o novo viaduto ficará pronto? Afinal, éle é fundamental para facilitar a mobilidade de milhares de pessoas diariamente. Nem o poder público nem a construtora Cowan se pronunciam sobre o prazo de reconstrução, de no mínimo seis meses, segundo especialistas. A liberação das pistas está prevista para depois de amanhã. Ontem, começou a sondagem para avaliar se o pavimento da avenida foi comprometido.
Engenheiros ressaltam que o prazo de reconstrução só poderá ser definido depois da conclusão do laudo pericial, que definirá a causa da tragédia. Para eles, é necessário ainda laudo técnico de engenharia de estrutura para avaliar a necessidade ou não de demolição da alça que restou. Professor da UFMG e especialista em transporte e tráfego urbano, Ronaldo Gouvêa diz que, por causa da complexidade da obra, será difícil fazer outro viaduto antes de seis a oito meses. Ele lembra que o elevado papel fundamental de ligação entre os bairros de cada lado da Avenida Pedro I, porque a via se tornou de ônibus. “Apesar de ser um corredor importante, antes ela não obstruía a interação e usos dos equipamentos urbanos. Assim como nas avenidas Antônio Carlos e Cristiano Machado, as transposições têm o objetivo de integrar os dois lados e minimizar o impacto do novo corredor”, diz.
Estudo
rofessor dos cursos de arquitetura e engenharia da universidade Fumec, Jacques Lazzarotto também aposta em seis meses a partir da conclusão do laudo, em caráter de urgência. “Mas, sendo conservador, é obra para nove a 12 meses.” Ele ressalta que a demolição não é o ponto de partida da reconstrução. “Não se tem confirmação se a outra alça está sem problema. E não se sabe se o que afetou a primeira alça não afetará a segunda. Dependendo do que for constatado, se a causa do desabamento está ligada à fundação, ao cálculo, à concretagem ou à execução, poderemos ter mais clareza.” A Cowan foi procurada pela reportagem, mas não retornou as ligações.