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Estado de Minas

Segunda etapa de demolição do viaduto deve ser feita sem destruir provas


postado em 10/07/2014 06:00 / atualizado em 10/07/2014 07:10

Pedro Ferreira

Terminada a demolição de parte do Viaduto Batalha dos Guararapes que desabou há uma semana na Avenida Pedro I, no Bairro São João Batista, Região da Pampulha, começa agora a preparação para a fase mais sensível do trabalho: destruir a parte preservada para a perícia com prioridade máxima na segurança dos funcionários da obra e vizinhos de prédios ao lado. Além disso, é preciso limpar a área para análises sem comprometer as provas que apontarão a causa da tragédia.

O estudo sobre como a parte preservada será demolida é coordenado pela Polícia Civil. Segundo a assessoria de imprensa do órgão, os trabalhos deverão manter intacto o pilar que afundou. O coordenador da Defesa Civil, coronel Alexandre Lucas, disse que o modo como se destruirá a estrutura será definido às 17h de hoje, em reunião que terá participação da construtora Cowan, responsável pela obra, e de representantes dos moradores dos prédios vizinhos.

Ontem, o pavimento da avenida onde o viaduto caiu começou a passar por sondagem para saber se foi comprometido. Parte do piso em concreto precisou ser quebrado para retirada dos veículos esmagados pelo viaduto. “Não basta apenas jogar concreto. A via tem que voltar às condições anteriores. É preciso técnica de engenharia para calcular o peso que a via vai receber”, afirmou o coronel.

O asfalto da pista mista sentido Centro-bairro também será refeito. A cabeceira do viaduto, contrária à área preservada para perícia, será derrubada. A previsão é que a avenida seja liberada para o trânsito no sábado de manhã, pois o concreto refeito precisa permanecer em repouso até secar com segurança. Havendo condições, as pistas mistas laterais serão liberadas antes.

Cuidado com a limpeza da área é umas das principais preocupações (foto: Juarez Rodrigues/EM DA Press)
Cuidado com a limpeza da área é umas das principais preocupações (foto: Juarez Rodrigues/EM DA Press)
O viaduto tem duas alças. A que ficou de pé é monitorada a cada meia hora por equipamentos permanentes de topografia. Os aparelhos são capazes de apontar até milímetros de deslocamento, mas, até agora, segundo o coronel Lucas, os técnicos da Defesa Civil, do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de Minas Gerais (Ibape) e da empresa de demolição não encontraram nenhuma movimentação que implique no reforço das técnicas de segurança. “Está tudo sob controle. A população e todos os trabalhadores da obra podem ficar tranquilos”, garantiu o coronel.

Todos os viadutos já construídos na obra do BRT/Move da Pedro I passaram por uma vistoria visual depois da tragédia e não há nada que comprometa a segurança, segundo o coronel. Com a interdição da Pedro I, longos engarrafamentos se formam todas as manhãs e no início da noite. A BHTrans informou que implantou desvios e que o volume de veículos na região já era grande antes mesmo da queda do viaduto. Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Civil, o delegado responsável pelo inquérito policial, Hugo Silva, continua ouvindo testemunhas e a perícia está em andamento.

Atraso

O viaduto que desabou começou a ser construído há um ano e estava previsto para ser entregue em março, segundo a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap). Era a última obra que faltava para completar a meta 2 do BRT/Move da Antônio Carlos/Pedro I. Segundo a Sudecap, houve atraso da obra e o prazo de entrega do viaduto foi estendido para o fim deste mês, mas, com o desastre, não há previsão de quando uma nova travessia começa a ser construída. A obra somente poderá ser refeita depois de concluídos todos os trabalhos de investigação. A meta 2 do BRT/Move Antônio Carlos/Pedro I inclui a duplicação da Pedro I e a construção dos viadutos. Ela começou a ser executada em fevereiro de 2011, orçada em R$ 460 milhões.

 

 


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