Jornal Estado de Minas

Mais dois integrantes do Bando da Degola irão a júri popular

O julgamento de André Luiz Bartolomeu e de Adrian Gabriel Grigorcea está marcado para segunda-feira. Eles são acusados de assassinar dois empresários em abril de 2010, no bairro Sion, em Belo Horizonte

João Henrique do Vale
Um dos réus é o ex-cabo da Polícia Militar André Luiz Bartolomeu - Foto: Sidney Lopes/EM/D.A Press

Mais dois integrantes do Bando da Degola, grupo responsável pelo assassinato de dois empresários em abril de 2010, no Bairro Sion, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, serão levados a júri popular. O julgamento do ex-cabo da Polícia Militar André Luiz Bartolomeu e do garçom Adrian Gabriel Grigorcea está marcado para acontecer na próxima segunda-feira no 2º Tribunal do Júri do Fórum Lafayette. Três envolvidos nos crimes brutais já foram condenados. São eles o ex-estudante de direito Frederico Flores, apontado como líder do grupo, Arlindo Soares Lobo e o também policial, Renato Mozer.

Os crimes contra os dois empresários, Fabiano Ferreira Moura, 36 anos, e Rayder Santos Rodrigues, de 39, aconteceram em 7 e 9 de abril de 2010, em um apartamento no Bairro Sion. Para dificultar a identificação, o grupo decapitou e retirou os dedos das vítimas, que foram enroladas em lonas plásticas e queimadas numa estrada de terra de Nova Lima, região metropolitana. As cabeças e os dedos nunca foram encontrados.

O júri de André Bartolomeu e Adrian Grigorcea será presidido pelo juiz Glauco Eduardo Soares Fernandes.
O Ministério Público será representado pelo promotor Francisco de Assis Santiago. Os réus serão defendidos pelos advogados Hudson De Oliveira Cambraia, Rodrigo Otavio De Lara Resende e Raul Fernando Almada Cardoso. Serão ouvidas 11 testemunhas antes do interrogatório dos acusados.

De acordo com a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), o ex-cabo da Polícia Militar André Bartolomeu está preso no Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) de Contagem. Já Adrian Grigorcea está detido no Presídio Inspetor José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves. Ambas as cadeias são na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Réus condenados

O processo foi desmembrado por causa do grande número de pessoas envolvidas. Ao todo, são oito acusados de arquitetar a trama macabra. O primeiro a ser julgado foi o ex-cabo da Polícia Militar Renato Mozer. Ele foi condenado, em dezembro de 2011, a 59 anos de prisão pelos crimes de duplo homicídio triplamente qualificado, cárcere privado, sequestro, ocultação de cadáver e formação de quadrilha.

Em julho de 2013 foi a vez do ex-estudante Arlindo Soares. Ele foi setenciado pelos crimes de homicídio qualificado, extorsão, destruição e ocultação de cadáver e formação de quadrilha. A sua pena foi de 44 anos de reclusão.


O júri mais esperado aconteceu em setembro do ano passado. Frederico Flores, apontado como o líder do bando, sentou no banco dos réus. Ele foi considerado culpado pelos crimes de homicídio, ocultação de cadáver, extorsão, formação de quadrilha, sequestro e cárcere privado. Mesmo assim, sua sentença foi a menor até agora. O ex-estudante de direito pegou 39 anos de prisão.

O júri dos outros três réus que respondem o processo em liberdade também já foi marcado. O do pastor Sidney Eduardo Beijamin e do advogado Luiz Astolfo será em 29 de setembro deste ano. Já a médica Gabriela Ferreira da Costa sentará no bancos dos réus em 30 de outubro..