Jornal Estado de Minas

Vistoria vai definir se moradores vão ser retirados de prédios para concluir demolição de viaduto

Uma nova tecnologia será usada na demolição visando minimizar os riscos para as famílias vizinhas

João Henrique do Vale
Parte do viaduto que ainda falta demolir fica bem próximo ao conjunto de prédios - Foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press

Técnicos da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de Belo Horizonte (Comdec) vão vistoriar os edifícios do Conjunto Antares, localizado próximo da alça do viaduto que cedeu na Avenida Pedro I, nesta sexta-feira. O resultado da análise vai determinar se os moradores terão que deixar os imóveis durante o trabalho de demolição da parte do elevado que ainda está de pé. Nesta fase, uma nova tecnologia será usada visando  minimizar os riscos para as famílias vizinhas.

Técnicos da Defesa Civil, Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), peritos da Polícia Civil, a empresa Cowan, responsável pelo viaduto, e a construtura do conjunto habitacional, se reuniram nesta tarde para definir a melhor maneira de demolir a parte da estrutura do viaduto acidentado que segue em pé.

De acordo com o gerente técnico da Defesa Civil, Eduardo Augusto Pedersoli Rocha, ficou definido no encontro que será usado uma máquina com uma fita diamantada. O equipamento é usado para serrar o tabuleiro do viaduto (parte de cima) que será retirada com a ajuda de um guincho. Os destroços serão levados para outro lugar por um caminhão. Um teste será realizado na manhã deste sábado.


Com a nova tecnologia, os órgãos envolvidos querem diminuir ao máximo os transtornos para os moradores. A ação provocaria pouca poeira, barulho, e projeção de material, ao contrário da demolição com o rompedor, que quebra o concreto.

O trecho, de aproximadamente 10 metros de diâmetro no entorno do pilar que afundou, será preservado. O local continua protegido com tapumes.

A decisão para retirada ou não dos moradores durante o trabalho só será feita nesta sexta-feira. A Defesa Civil vai avaliar se há riscos para o edifício que fica a poucos metros da estrutura.

Pistas da Pedro I que foram danificadas pelo desabamento foram recuperadas nesta quinta-feira - Foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press

Liberação do trânsito

Nesta quinta-feira, o asfalto da Avenida Dom Pedro I foi reconstruído. A previsão é que as pistas sentido Centro/Bairro e exclusiva para ônibus, sejam liberadas no sábado. Os trabalhos da demolição não impedem a reabertura da via, conforme a Defesa Civil. “Hoje foi feita a manutenção da pavimentação e o escoramento suplementar da perna do viaduto que ficou em pé”, explicou Pedersoli.

O gerente técnico afirmou que não há risco da alça que ficou de pé desabar. “O elevado está sendo monitorado de hora em hora. Não há qualquer mudança em relação aos sete centímetros de deslocamento provocada pelo acidente”, comentou.


Moradores fizeram oração em homenagem aos mortos na tragédia - Foto: Marcos Michelin/EM/D.A Press

Manifestação

Dezenas de pessoas, que moram na região da Pedro I, se reuniram na noite desta quinta-feira próximo ao cordão de isolamento do viaduto que desabou. Com cartazes, balões brancos e fitas brancas penduradas nos braços, os moradores homenagearam as vítimas e fizeram uma oração. “O que ocorreu com as vítimas poderia acontecer com todos nós moramos em bairros próximos”, disse a presidente da associação de moradores e lojistas da Pedro I e Vilarinho, a advogada Ana Cristina Drummond.

Os moradores levaram faixas para mostrar a indignação com a tragédia e pedir Justiça. “Povo Merece o Respeito”, “Deus salve as nossas famílias”, “Senhor, livrai-nos da corrupção”, “Não queremos viadutos aéreos e sim que sejam construídos com responsabilidades”, diziam os cartazes.

Ao fim da homenagem, balões e fitas brancas foram pendurados no cordão de isolamento e no Parque Lagoa do Nado, que fica próximo ao local do desabamento.

Assista as imagens do momento do desabamento


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