Mesmo com a redução do efetivo de 13 mil agentes durante a Copa para 6 mil depois, a Polícia Militar pretende manter a sensação de segurança e a prevenção de crimes nas ruas de Belo Horizonte com a integração aplicada no Mundial entre o serviço de inteligência, o uso de tecnologia e outros órgãos de defesa. “O Batalhão Copa contou com policiais que trabalham na administração ou que fazem cursos. A questão não é somente o número de policiais, mas como se empregam melhor os recursos, como inteligência e tecnologia”, afirma o chefe da comunicação social da PM, tenente-coronel Alberto Luiz.
O videomonitoramento usado nos últimos 30 dias será ampliado. “Temos muito mais câmaras espalhadas pela região metropolitana, e até o fim do ano teremos 900 câmaras. Hoje é um terço disso”, informa. Elas foram instaladas no entorno do Mineirão, na Savassi, nas avenida Abrahão Caram e Antônio Carlos e perto do Independência”, segundo ele.
Toda essa tecnologia será transferida para o Bairro Gameleira, na Região Oeste, onde é construído o Centro Integrado de Comunicação e Controle, que funcionou provisoriamente na Cidade Administrativa, durante a Copa. No próximo semestre, adiantou, mais 3,5 mil novos PMs deixam a academia para as ruas na capital e no interior do estado.
O secretário de Estado de Defesa Social, Rômulo Ferraz, garante que os procedimentos policiais serão usados no dia a dia e em manifestações e atos de vandalismo, mas principalmente no combate à criminalidade. “A experiência adotada pela PM como patrimônio da Copa. As instituições devem lutar internamente para garantir essas condições, pois os resultados vieram de forma positiva”, avalia Ferraz.
Segundo ele, a criminalidade caiu em Belo Horizonte durante a Copa, e os resultados serão apresentados pela polícia nos próximos dias.
A integração de diversos órgãos de segurança pública, como Forças Armadas e polícias Federal e rodoviária, também é elogiada pelo comandante de Policiamento da Capital (CPE), coronel Ricardo Garcia Machado: “O policiamento ostensivo durante a Copa teve uma repercussão mundial positiva”.
Para o comandante-geral da PM, coronel Márcio Martins Sant’Ana, as lições foram muitas. “Os planejamentos anteriores, experiências internacionais e do próprio país, da Copa da Confederações, então, foram um somatório de experiências que trouxeram às instituições essa capacidade de dar respostas”, afirma o militar.
O coronel destaca também a atuação da PM durante os protestos: “Para cada tipo de manifestação, a gente aplica uma tática e uma estratégia diferente. Nesse período, também tivemos manifestações sociais, como a ocupação da Urbel e da Advocacia Geral do Estado.”
Ele destaca a tática completamente diferente usada pela Polícia Militar em relação a quem foi para as ruas protestar contra a Copa do Mundo e com grande probabilidade de prática de violência”.
O “envelopamento” para manter a ordem contra atos de violência deu certo, conforme o comandante “Dependendo do público e do cunho da manifestação, ela pode ser repetida”, garante.
Viaturas com GPS
As polícias Militar e Civil da região metropolitana terão reforço de segurança. As 1.618 viaturas estão recebendo o sistema GPS para monitorar a frota e reduzir o tempo de atendimento das chamadas de emergência, segundo a Secretaria de Defesa Social.
A tecnologia melhora a coordenação, o controle e as atividades das duas corporações. Além de pesquisar as rotas dos veículos, localiza em uma tela de computador o que estiver mais próximo do local do crime, assim que a polícia recebe uma chamada da população pelo 190 (PM), 193 (Bombeiros) e 197 (Polícia Civil). O sistema que faz o monitoramento está instalado no prédio do Comando Geral da PM, na Praça da Liberdade, na Região Centro de Belo Horizonte.
Existe integração em um único mapa de todas as chamadas feitas pela população. É possível saber, inclusive, se a viatura está com o motor ligado ou desligado. Além disso, todas as informações do solicitante aparecem na tela.
Até agosto, serão 2,5 mil viaturas com GPS na Grande BH e futuramente o projeto será expandido para todo o estado. “Além de localizar a viatura que está mais próxima da pessoa que foi vítima de algum delito, o sistema permite às polícias fazer coordenação e controle do dia a dia das suas operações”, diz Ferraz.
Para a Polícia Civil, são 300 viaturas com GPS para atividades especializadas e no atendimento do rabecão, que faz a remoção de corpos, e também da perícia. Para o secretário, a tecnologia também será uma ferramenta das corregedorias para investigar abusos de policiais. Outros estados avançaram com a instalação de câmaras nas viaturas, segundo Ferraz, para acompanhar a ação do dia a dia, mais uma ferramenta de trabalho que também poderá ser adotada futuramente em Minas.