O mundo está descobrindo um Brasil que foge ao estereótipo do samba, futebol e praias. Parte dos turistas estrangeiros que chegaram no início da semana para assistir à semifinal no Mineirão decidiu esticar a viagem até hoje para conhecer melhor Belo Horizonte e os arredores. Passeios a Ouro Preto, Inhotim e ao Mercado Central eram ontem os mais procurados nos hotéis. A chuva fina e o frio afugentaram os visitantes de lugares abertos como a Savassi e a Praça da Liberdade, na Região Centro-Sul. No sábado, seguem para o Rio de Janeiro para assistir à final da Copa do Mundo, no Maracanã.
“Olha lá, são estrangeiros! Estão falando tudo embolado”, dizia a mãe para a filha pequena, apontando para um grupo de alemães que passeava entre as lojas de especiarias do Mercado Central. Mal sabia a mulher que o alemão Nader Raffraf, de Hamburgo, estava elogiando a educação das pessoas da cidade. Segundo ele, na comparação com outras capitais visitadas, Salvador e São Paulo, os belo-horizontinos têm mais preparo para lidar com os turistas estrangeiros. “Aqui vi mais gente falando inglês e se esforçando para aprender coisas sobre a Alemanha.
Vídeo: o que os turistas levam de BH
Depois de dar umas voltas pelo mercado, Raffraf parou para tomar uma cerveja com os colegas, o alemão Robin Denes e o espanhol Roberto Garcia, todos moradores de Hamburgo, Norte da Alemanha. Novamente, o mais falante do grupo expressa sua admiração por encontrar uma metrópole de 2,7 milhões de habitantes, como BH, tão longe da costa. “Não esperava encontrar um lugar tão urbanizado no interior do país”, comentou.
Impressionado com as ruas largas, pistas de cooper e bicicletas para alugar em BH, o engenheiro mecânico da Venezuela Josu Gárate, de 25 anos, disse que a Lagoa da Pampulha encanta os visitantes. “É uma pena que a água esteja contaminada. Poderia servir para as pessoas esquiarem, fazer exercícios e passear em volta do lago. Seria muito agradável”, disse o jovem.
“Em geral, os estrangeiros estão levando uma imagem positiva do Brasil. Não só a gente, mas também os turistas pensavam que a Copa do Mundo teria bagunça no trânsito, atraso nos aeroportos e violência nas ruas. Pelo contrário, foi uma festa muito bonita”, diz o estudante de direito internacional Hugo Salomão, de 23, natural de Araxá. Além de hospedar o venezuelano, com quem já havia estudado em Oxford, ele também recebeu em casa jovens da Espanha, Áustria e França, durante o Mundial.
Cachaça
Outro sucesso entre os estrangeiros era a cachaça mineira Andante, ex-João Andante, obrigada a mudar o nome em função da marca de uísque Jonhy Walker. Vendida a R$ 85 a garrafa, foi aprovada pelos belgas Yannic Van Heers, de 27, e Ben Prater, de 28, que atuam no ramo da cervejaria na Bélgica. Eles e o norte-americano Jeff Naswadi, que foram colegas na Universidade Estadual de Ohio, degustaram outros rótulos até mais caros oferecidos na loja, mas aprovaram o sabor mais adocicado da mineira. “Nunca vendi tanta cachaça como agora. Os estrangeiros querem saber do que é feita a bebida brasileira.
Alemães definem o Brasil em uma palavra; assista: