A maioria dos estabelecimentos comerciais que colocaram tapumes nas fachadas para se defender de vandalismo em BH pretende manter a proteção até domingo, último dia da Copa. Alguns optaram por já retirar. Na Copa das Confederações do ano passado, 17 concessionárias foram atacadas somente na Avenida Antônio Carlos, na Pampulha, e o prejuízo chegou a R$ 16 milhões. No mês passado, no primeiro jogo da Copa do Mundo, alguns estabelecimentos comerciais e agências bancárias do Centro tiveram a frente destruída por vândalos.
A loja da Hyundai na esquina das avenidas Antônio Carlos e Abrahão Caram foi reduzida a cinzas nas manifestações do ano passado. Para a Copa do Mundo, foram gastos R$ 40 mil na proteção da fachada, sem contar a contratação de seguranças. Por garantia, a estrutura de aço será retirada somente segunda-feira. Ao lado, uma loja da Kia alugou 24 contêineres de aço, cada um pesando 3,6 toneladas, para fazer uma muralha de proteção. A barreira também não foi retirada.
A loja de decoração e presentes La Ville, na Avenida Bias Fortes com Rua Gonçalves Dias, teve a sua vitrine quebrada no dia 12 de junho e continua com tapumes. A diferença, segundo a funcionária Tatiana Vieira, foi o alarme disparar na empresa de segurança contratada, que impediu um prejuízo maior. %u201CTivemos queda nas vendas. Os clientes olham os tapumes e vão embora achando que a loja está fechada%u201D, reclama. A La Ville acha mais seguro retirar a proteção somente depois da Copa e até o vidro quebrado ainda não foi substituído. Para garantir a segurança, vigias noturnos foram contratados.
Segundo ela, as vendas caíram com as vitrines fechadas e a loja vai tentar recuperar o prejuízo com uma liquidação em agosto. Uma preocupação é com a proximidade das eleições em outubro e com a possibilidade de mais manifestações. Várias agências bancárias, uma universidade e uma escola de inglês da Rua da Bahia, no Centro, permanecem com tapumes até o fim da copa. Nas avenidas Raja Gabáglia, Região Oeste, e Cristiano Machado, na Nordeste, as concessionárias preferem manter a proteção por enquanto.
Enquanto isso, outras empresas já estão retirando a proteção. Gerente de carros usados de uma concessionária da Citroen da Antônio Carlos, Menotti Gazzinelli conta que na segunda-feira mandou retirar andaimes e folhas de zinco. %u201CA atuação da polícia este ano me deixou mais seguro. Eu via PMs do Batalhão Copa parando as pessoas e revistando mochilas%u201D, disse.
Nessa quinta-feira, a loja da Nissan que fica ao lado, e que pertence ao mesmo dono da Citroen, também teve a proteção de aço retirada. O investimento foi R$ 40 mil, mas valeu a pena pela tranquilidade de preservar o patrimônio e o emprego dos funcionários, segundo Menotti. %u201CÉ assustador milhares de pessoas diante da sua loja quebrando tudo e botando fogo%u201D, conta o gerente, lembrando o pesadelo do ano passado.
A loja Serenata da Getúlio Vargas, no Bairro Funcionários, também retirou os tapumes, depois de quase um mês protegida. %u201CAs vendas caíram com as vitrines fechadas. A sensação de estar preso é muito ruim%u201D, comentou o gerente Luís Couto.