Especializada em avaliação de perícia e engenharia, a Costa Azul foi contratada pela construtora Cowan, responsável pelas obras do elevado. O serviço foi acompanhado pela Defesa Civil municipal. Em 2011, a mesma empresa inspecionou as moradias do residencial para avaliar as condições de engenharia antes do início das obras do viaduto. Nesta sexta-feira, os mesmos procedimentos foram repetidos. Os técnicos avaliaram se há indícios de problema estrutural ou um possível agravamento da situação encontrada em 2011, mas nenhum risco foi identificado.
A inspeção foi executada somente na parte externa do residencial e verificou as condições das lajes, vigas e pilares. Segundo o engenheiro Nilson Luiz, foram encontradas algumas trincas que já existiam antes do acidente. Porém, segundo os técnicos, essas avarias não causam impacto nos edifícios.
O coordenador da Defesa Civil, coronel Alexandre Lucas, que acompanhou a inspeção nos imóveis, disse que o órgão mantém uma equipe de técnicos no local para avaliar qualquer situação que prejudique os moradores.
A constatação de que o Residencial Antares não corre riscos devido ao colapso do viaduto Batalha dos Guararapes amenizou a apreensão da técnica de enfermagem Adelaide de Jesus Faria de Souza Santos, de 53 anos. "A gente está mais tranquilo, mas vamos esperar o que vai acontecer", afirmou.
Síndica do bloco três, Adelaide contou que alguns moradores deixaram seus imóveis depois da tragédia e estão morando em casas de parentes, enquanto outros preferiram deixar os filhos na casa de familiares. Além do edifício Arantes, outros prédios também serão vistoriados.
Demolição
Uma empresa vai dar início neste sábado aos testes com um equipamento que fará a demolição da alça sul do elevado. A parte que falta para ser destruída tem impacto direto na área onde se encontra o terceiro pilar que será mantido para os trabalhos da perícia. Os outros pilares não serão demolidos.
O engenheiro Nilson Luiz explicou que uma máquina de corte com fita diamantada será usada nos trabalhos de remoção de cerca de 40% do viaduto que ainda resta para ser removido. Luiz disse que parte do elevado será seguro por um guindaste, enquanto a fita faz o corte dos blocos. "Essa operação visa a proteção da área interditada e também um menor impacto para a vizinhança. Por isso, será feito o corte, e não a demolição. O objetivo é diminuir a poeira e o barulho". A expectativa da empresa é que o equipamento consiga cortar o concreto e as ferragens.
Sobre a alça norte do viaduto, que fica ao lado do que caiu, o coronel Alexandre Lucas descartou qualquer risco de desabamento e afirmou que foi realizado um projeto específico de escoramento para a estrutura. A elevado está sendo monitorado desde o dia do desastre.
O coronel reafirmou também o que o trânsito na Avenida Pedro I será liberado na tarde deste sábado..