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Estado de Minas

Depois de 10 dias fechada, Avenida Pedro I será liberada nesta tarde

Três das quatros pistas da Pedro I serão abertas hoje para o tráfego de veículos, Inclusive do BRT/Move


postado em 12/07/2014 06:00 / atualizado em 12/07/2014 07:21

Defesa Civil garante que a outra alça, que esta está escorada, não apresenta riscos para a liberação parcial do trânsito a partir de hoje(foto: PAULO FILGUEIRAS/EM/D.A PRESS)
Defesa Civil garante que a outra alça, que esta está escorada, não apresenta riscos para a liberação parcial do trânsito a partir de hoje (foto: PAULO FILGUEIRAS/EM/D.A PRESS)

Depois de 10 dias fechada, a Avenida Pedro I, um dos principais acessos ao Vetor Norte de BH, na Região da Pampulha, será liberada hoje à tarde para o trânsito de veículos. Três das quatro pistas ficarão livres para tráfego, incluindo os ônibus do BRT/Move. A reabertura será possível por causa da demolição de parte da alça sul do Viaduto Batalha dos Guararapes, que desabou e matou duas pessoas quinta-feira da semana passada. A quarta pista da Pedro I, de uso misto no sentido bairro/Centro, permanece interditada para obras de rebaixamento do asfalto e manutenção das estacas metálicas que reforçam o escoramento da alça norte do viaduto, que ficou de pé. A Polícia Civil investiga as causas do acidente. Trinta e três pessoas já foram ouvidas, sendo que as três últimas a prestar informações são vítimas da tragédia.

Até ontem, cerca de 40% da estrutura, exatamente a parte sobre a via, haviam sido retirados. O restante começa ser removido na manhã de hoje, com uso de nova tecnologia. Para diminuir o barulho e a poeira, a empresa de demolição abriu mão do uso dos rompedores hidráulicos, que trituram o concreto. O trabalho será feito com uma máquina de corte com fio diamantado, que “fatia” a estrutura em blocos. “Será verificado quanto tempo é necessário para cada corte e se há possibilidade de usar mais de uma máquina, sem gerar riscos aos imóveis e às pessoas”, informou o coordenador de Defesa Civil, coronel Alexandre Lucas.

Ele disse ainda que a técnica manterá intacta a área do pilar de sustentação que afundou e que está interditada, sob investigação da perícia da Polícia Civil. Os pedaços de concreto e ferro, de até dois metros, serão levados em caminhões para serem demolidos em outro local.

Na manhã de ontem, quatro técnicos da empresa Costa Azul e agentes da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil vistoriaram os residenciais Antares e Savana, ao lado do Guararapes. A empresa de avaliações e perícias de engenharia é a mesma que em 2011 realizou uma vistoria cautelar nos imóveis antes do início das obras para construção do viaduto.  Segundo o coronel, as análises feitas na parte de vigas, pilares e lajes da parte externa dos prédios mostraram que os residenciais não sofreram abalo. “Não foram encontradas anomalias que exijam a adoção de ações de segurança”, disse o coronel, referindo-se a reparos ou interdições.

Ele garantiu que uma equipe do órgão vai permanecer nos dois condomínios em tempo integral e que os moradores foram orientados a acionar a Defesa Civil diante de qualquer alteração percebida na estrutura de seus apartamentos.

Novas vistorias, dessa vez na parte interna dos imóveis, serão feitas a partir da semana que vem. Também ontem os moradores do entorno receberam protetores auriculares para minimizar o barulho. A constatação de que não há riscos no Residencial Antares amenizou a apreensão da técnica de enfermagem Adelaide de Jesus Faria de Souza Santos, de 53. “A gente está mais tranquila, mas vamos esperar o que vai acontecer", afirmou. Síndica do Bloco 3, Adelaide contou que alguns moradores deixaram seus imóveis depois da tragédia e estão morando em casas de parentes, enquanto outros preferiram deixar os filhos na casa de familiares.

SEM PERIGO Questionado sobre a segurança para o tráfego de veículos na Pedro I, já que uma alça da estrutura de formato em Y permanece de pé, o coronel Lucas garantiu que não há riscos. “Todo um trabalho de escoramento, com projeto específico para esta finalidade, foi feito. Não há perigo. Além do mais, se houver qualquer problema, o local permanecerá interditado”, afirmou. Segundo ele, o entorno do viaduto permanece monitorado por aparelhos de sondagem topográfica e nenhuma movimentação que cause risco de desabamento foi percebida na estrutura que permanece erguida.

“A insegurança das pessoas é natural, mas garantimos que a via está sendo liberada porque há segurança para passar por ela. Os aparelhos de medição e nossos técnicos vão permanecer na Pedro I o tempo que for preciso e todo o fatiamento da parte que caiu será acompanhado”, disse. A Prefeitura de Belo Horizonte informou que ainda não há previsão do que será feito com essa parte do viaduto que resistiu ao acidente. (Colaborou Landercy Hemerson)


Manifestação


Dezenas de ciclistas se concentraram na Praça da Estação, no Centro de Belo Horizonte, na noite de ontem, e seguiram com faixas, cartazes e uma grande bandeira amarela até o viaduto que caiu na Avenida Pedro I. A intenção era cobrar empenho das autoridades na investigação do acidente. Dezenas de policiais militares acompanharam os manifestantes. A estudante de direito Letícia Domingues, de 21 anos, uma das organizadoras do ato, informou que o movimento foi convocado pela Tarifa Zero, Massa crítica, BH em Ciclo, e Bloco da Bicicletinha. Segundo ela, a manifestação também queria chamar a atenção para a necessidade de uma política de mobilidade que contemple outros meios de transporte além do automotivo.


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