“Eu diria que a Savassi ficou mais conhecida no exterior do que a própria Belo Horizonte. Todo mundo só fala nela”, avalia o presidente da Associação de Moradores e Amigos da Savassi (Amas) e da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) Savassi, Alessandro Runcini, com uma boa gargalhada. Tudo se deu de forma muito natural. Os telões para transmissão das partidas levaram milhares de pessoas para os quarteirões fechados da Praça Diogo de Vasconcelos. Por dia, passaram em média 23 mil turistas pela região, segundo a Belotur. O maior pico de público, de acordo com a Polícia Militar, foi no dia 28, no jogo Brasil x Chile, pelas oitavas de final: 35 mil pessoas. Mesmo em dias em que não houve partidas, a Savassi foi o ponto de encontro de todos os países e regiões do Brasil.
O despertar de uma das regiões mais charmosas da capital em nível internacional trouxe à tona a antiga discussão de fazer dela palco definitivo de grandes eventos. Mas a festa que rolou solta e deu certo, no entanto, não chancelou essa possibilidade. Moradores, comerciantes e o poder público são categóricos: a experiência foi boa, mas acaba com a Copa. A proposta é adotar um modelo de governança que será apresentado à prefeitura nos próximos dias. Assim, qualquer evento deverá ter a anuência e passar pelo crivo de representantes de moradores e de comerciantes.
O presidente da Amas diz que festas de pequeno porte, como as comemorações típicas de países que este ano reuniram cerca de 6 mil pessoas cada uma, ou festivais de jazz são bem-vindas. Mas carnaval, por exemplo, é para ser esquecido. “Não queremos nada similar. A Copa foi um evento prolongado no tempo e anômalo, porque tivemos altíssima concentração de turistas e torcedores estrangeiros e um grande número de policiais envolvidos”, afirma.
Runcini considera que, apesar de o espaço ser público, quem trabalha e mora na região deve ser ouvido e opinar a respeito dos acontecimentos na Savassi. Outra ideia é cobrar uma revisão no Código de Posturas nos quesitos referentes a promoção de eventos. Um dos pontos é o artigo que classifica como evento de pequeno porte aquele com público de até 25 mil pessoas. Outro questionamento é sobre a multa para os responsáveis pelos eventos que descumprem critérios de organização – atualmente, ela é de no máximo R$ 1 mil.
ADEQUAÇÃO O presidente da Belotur, Mauro Werkema, concorda que é preciso adequar o uso da Savassi com eventos compatíveis com a praça, a localização, o efetivo de segurança e a estrutura. Ele reconhece que houve percalços no início das comemorações do Mundial, principalmente na disponibilidade de banheiros. “Fomos surpreendidos pelo volume grande de pessoas nos primeiros dias, mas conseguimos responder em tempo e, junto com a PM, minimizar os problemas”, diz.
Para ele, a maior lição é aproveitar essa sinergia e fazer de BH uma cidade com boa capacidade de recepção. Dois programas, estímulo ao turismo de evento e de negócio, serão postos em prática com os respectivos setores envolvidos. “Aprendemos muito, mas é preciso ter em vista que estava ocorrendo em BH o maior evento do mundo. E não é todo dia que temos algo desse nível”, diz.
Moradora da Savassi, a administradora de empresas Lucélia Cardoso, também espera um acordo. “A festa foi bonita, organizada, mas acabou. E, nós, moradores, precisamos também de sossego, assim como os comerciantes precisam seguir com suas atividades. Eventos de grande porte são para ser feitos em área específica, não aqui.”
BH em festa durante a Copa do Mundo
O despertar de uma das regiões mais charmosas da capital em nível internacional trouxe à tona a antiga discussão de fazer dela palco definitivo de grandes eventos. Mas a festa que rolou solta e deu certo, no entanto, não chancelou essa possibilidade. Moradores, comerciantes e o poder público são categóricos: a experiência foi boa, mas acaba com a Copa. A proposta é adotar um modelo de governança que será apresentado à prefeitura nos próximos dias. Assim, qualquer evento deverá ter a anuência e passar pelo crivo de representantes de moradores e de comerciantes.
O presidente da Amas diz que festas de pequeno porte, como as comemorações típicas de países que este ano reuniram cerca de 6 mil pessoas cada uma, ou festivais de jazz são bem-vindas. Mas carnaval, por exemplo, é para ser esquecido. “Não queremos nada similar. A Copa foi um evento prolongado no tempo e anômalo, porque tivemos altíssima concentração de turistas e torcedores estrangeiros e um grande número de policiais envolvidos”, afirma.
Runcini considera que, apesar de o espaço ser público, quem trabalha e mora na região deve ser ouvido e opinar a respeito dos acontecimentos na Savassi. Outra ideia é cobrar uma revisão no Código de Posturas nos quesitos referentes a promoção de eventos. Um dos pontos é o artigo que classifica como evento de pequeno porte aquele com público de até 25 mil pessoas. Outro questionamento é sobre a multa para os responsáveis pelos eventos que descumprem critérios de organização – atualmente, ela é de no máximo R$ 1 mil.
ADEQUAÇÃO O presidente da Belotur, Mauro Werkema, concorda que é preciso adequar o uso da Savassi com eventos compatíveis com a praça, a localização, o efetivo de segurança e a estrutura. Ele reconhece que houve percalços no início das comemorações do Mundial, principalmente na disponibilidade de banheiros. “Fomos surpreendidos pelo volume grande de pessoas nos primeiros dias, mas conseguimos responder em tempo e, junto com a PM, minimizar os problemas”, diz.
Para ele, a maior lição é aproveitar essa sinergia e fazer de BH uma cidade com boa capacidade de recepção. Dois programas, estímulo ao turismo de evento e de negócio, serão postos em prática com os respectivos setores envolvidos. “Aprendemos muito, mas é preciso ter em vista que estava ocorrendo em BH o maior evento do mundo. E não é todo dia que temos algo desse nível”, diz.
Moradora da Savassi, a administradora de empresas Lucélia Cardoso, também espera um acordo. “A festa foi bonita, organizada, mas acabou. E, nós, moradores, precisamos também de sossego, assim como os comerciantes precisam seguir com suas atividades. Eventos de grande porte são para ser feitos em área específica, não aqui.”
BH em festa durante a Copa do Mundo