Veja fotos da volta às aulas e trânsito nesta segunda
Os bloqueios da BHTrans vão da altura da Avenida Desembargador Milton dos Reis, no Planalto, à Avenida Cristiano Machado, em Venda Nova, e têm causado sobrecarga nas vias dos bairros que circundam a Pedro I. O mesmo ocorre na Cristiano Machado. A empresa de trânsito manteve os desvios para escoar o tráfego da região de Venda Nova, que estão valendo desde o dia do desabamento.
Quem precisa passar na região está apreensivo. A ida ao trabalho ficou mais longa, por exemplo, para a motorista profissional Virgínia Flávia Lisboa Santiago, que mora no Bairro Itapoã, na Pampulha, e usava a Pedro I para chegar à Savassi. A solução que ela encontrou foram caminhos alternativos que a fazem chegar à congestionada Cristiano Machado. “O problema maior não é o trabalho, porque para isso posso acordar mais cedo, mas buscar minha filha na escola. Por causa desse caminho e do trânsito que está muito carregado, vamos atrasar pelo menos meia hora todos os dias”, diz. Quem não gostou nada disso é a Maria Clara da Silva Lisboa Santiago, de 9: “Ir para a escola não tem problema porque ela fica ao lado de casa, mas me buscar vai demorar. Já estou me preparando. Muitos colegas devem ter o mesmo problema”.
A volta para casa, que sempre foi demorada, deve ser ainda mais complicada para o conferente José Luiz de Assumpção Júnior, de 24, que trabalha na Pedro I e mora em Venda Nova. A piora ocorre porque a interdição da avenida sobrecarregou o trânsito no itinerário do ônibus que ele pega. “Uso sempre o Move e a travessia pelo viaduto (que cruza a Pedro I para Venda Nova) tem ficado carregada de carros. O semáforo na parte baixa segura muito e por isso poucos veículos passam por vez. Serão dias de muita paciência”, afirma.
Consultores de trânsito acreditam que o problema só não será maior porque existe ainda um contingente considerável de estudantes de férias – universidades só voltam mês que vem – e de trabalhadores que aproveitaram para sair de folga nesta segunda quinzena.
O engenheiro e consultor de trânsito Silvestre Andrade também acredita que os transtornos aumentarão no mês que vem. “A perspectiva é de muito congestionamento na cidade e principalmente na região da Pedro I a partir de hoje, mas não na mesma intensidade”. Segundo ele, quando houver condições de segurança, será importante liberar pelo menos a pista central da avenida, para que o Move volte a circular no corredor exclusivo e dê mais mobilidade à maioria da população, que depende do transporte coletivo.”
ESCOLAS Agentes da BHTrans, Polícia Militar e Guarda Municipal controlarão o trânsito na porta de 40 escolas de vários bairros até sexta-feira.
Nas três redes de ensino, alunos estão tendo aulas aos sábados para cumprir a carga horária obrigatória de 200 dias letivos e compensar os 15 dias a mais de férias no meio do ano. Tradicionalmente, as férias ocorrem na segunda quinzena de julho, mas foram alteradas por causa da Copa.
O presidente da Associação de Pais e Alunos de Minas Gerais, Nilo Furtado Teodoro, acredita que essa opção foi prejudicial: “Em muitas escolas está havendo apenas reposição das horas que seriam dadas, com atividades extracurriculares, não há conteúdo”. Segundo ele, os únicos jogos que interessavam eram os do Brasil, não era necessário ter parado tudo. “Embora eu acredite que a motivação maior tenha sido o medo das manifestações, agora, alunos e pais continuarão a fazer esse sacrifício.”
Para o presidente do Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep-MG), Emiro Barbini, a pausa foi a melhor solução: “Valeu a pena porque teríamos aulas muito picadas e, pedagogicamente, seria ruim para os alunos. Agora, é retomar o ritmo de estudos e da vida normal”.
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