Ele pulou, distribuiu abraços, pendurou-se nas costas de um amigo, subiu na cadeira de uma mesa vizinha, subiu na própria cadeira, gritou e ergueu os braços. O alemão Joerg Ammann, de 50 anos, tranquilo durante quase todo o jogo, se rendeu à alegria explosiva. Quando Mario Gotze marcou o gol da vitória sobre a Argentina, ele se transformou num dos mais eufóricos da cervejaria alemã em que estava com amigos, no Bairro São Pedro, Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Na euforia, deixou cair no chão boné e cachecol. Depois que a partida acabou, chorou e precisou tirar os óculos para enxugar as lágrimas.
“Sei do trabalho que foi feito para a Alemanha chegar a este resultado. A seleção mereceu pela dedicação, pela estrutura emocional dos jogadores, que não perderam a calma em nenhum momento, nem a garra”, disse Joerg, que trabalha como diretor comercial de uma multinacional em Belo Horizonte, onde mora há 14 anos e é casado com uma mineira. Ele também tem nacionalidade brasileira. Filho de pais alemães, nasceu em São Paulo, onde viveu até os 21 anos, quando se mudou para o país europeu. Ficou 18 anos por lá e retornou ao Brasil. Fala português com leve sotaque.
Antes de o duelo começar, ele sabia que seria complicado bater a Argentina, mas previa que a Alemanha teria mais fôlego. “Vai ser uma partida disputada. Vai vencer quem tem a melhor condição física, que é a Alemanha. Acho que o placar será apertado, talvez 2 a 1 ou 3 a 2”, projetava. Para mandar boas energias aos jogadores alemães, ele e os amigos brindaram gritando uma saudação bastante comum no país europeu: “Zicke, zacke! Hoi, hoi, hoi!”. “Não tem tradução para o português. Serve para dar estímulo”, explicou.