Enquanto terminam de sondar o terreno onde o pilar do Viaduto Batalha dos Guararapes afundou cerca de seis metros na Avenida Dom Pedro I e aguardam o resultado das análises de solo, peritos da Polícia Civil que investigam as causas do desabamento estão intrigados por considerar que o método de construção de fundações empregado é um dos mais seguros. Isso porque a forma de trabalho envolve escavação do terreno, o que dá uma segunda oportunidade de avaliação do local onde serão ancoradas as estacas, além da sondagem feita na elaboração do projeto executivo que concebeu o viaduto. A informação é de pessoas envolvidas com a perícia técnica, mas que não têm autorização oficial para dar declarações. No dia 3, a alça sul do viaduto, que ligava a Avenida General Olímpio Mourão Filho à Rua Doutor Álvaro Camargos, sobre a Pedro I, desabou e matou duas pessoas.
Segundo o presidente do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia (Ibape), Frederico Correia Lima Coelho, além das análises de solo feitas sobre as amostras que estão sendo colhidas pelos peritos, os investigadores aguardam a demolição da cabeceira do viaduto para que seja possível escavar o solo ao redor do pilar que afundou e verificar mais elementos que possam esclarecer a queda.
Para o presidente do Ibape, que auxilia a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec), há três possibilidades investigadas. “Pode ter sido empregado material inadequado, como aço ou concreto. O projeto pode ter sido malfeito ou fundamentado em informações imprecisas de solo, por exemplo. Ou a execução pode ter sido ruim, usando menos aço que o necessário ou fazendo blocos de dimensões menores”, exemplifica Coelho.