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Estado de Minas

Sobrevivente diz ter notado princípio de incêndio antes de explosão em fábrica de fogos

Quatro mulheres morreram na tragédia em Santo Antônio do Monte, Região Centro-Oeste de Minas. Empresa não tinha irregularidades, segundo Polícia Civil


postado em 15/07/2014 17:13 / atualizado em 15/07/2014 21:46

Policiais civis, militares do Corpo de Bombeiros e do Exército trabalharam no local para tentar identificar as causas da explosão(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A.Press)
Policiais civis, militares do Corpo de Bombeiros e do Exército trabalharam no local para tentar identificar as causas da explosão (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A.Press)

A Polícia Civil, juntamente com o Corpo de Bombeiros, Exército, Polícia Militar e Ministério do Trabalho, começou a investigação sobre a explosão em uma fábrica de fogos de artifício em Santo Antônio do Monte, no Centro-Oeste de Minas. No incidente, que aconteceu na manhã desta terça-feira, quatro mulheres morreram e um homem ficou ferido. Um sobrevivente da tragédia informou aos policiais que notou um princípio de incêndio em um dos galpões e alertou as colegas. Ele conseguiu sair do imóvel e sofreu ferimentos leves.

A explosão aconteceu por volta das 7h20. As causas ainda não foram descobertas, mas já sabe que houve um princípio de incêndio em um dos 150 galpões da fábrica. “Conversamos rapidamente com o funcionário que estava no local e ele informou que notou o incêndio no imóvel chamado de bicação, onde é feita a colocação das espoletas nos foguetes. O homem contou que correu e gritou, mas as quatro mulheres não conseguiram sair”, explica o delegado Lucélio Silva, responsável pelo caso.

O homem, que não teve o nome divulgado, foi socorrido para um hospital com ferimentos leves. Depois de receber atendimento, ele recebeu alta. As vítimas foram identificados como Daiana Cristina Maciel, de 25 anos, Maria das Graças Gonçalves, de 42, Maria José de Soledade, de 27, e Marli Lúcia da Conceição, de 35.

Empresa ficou fechada para o trabalho da perícia e análise do Corpo de Bombeiros(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A.Press)
Empresa ficou fechada para o trabalho da perícia e análise do Corpo de Bombeiros (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A.Press)


Os corpos das vítimas já foram levados para o Instituto Médico Legal (IML) de Bom Despacho, na Região Centro-Oeste de Minas Gerais. Eles devem ser liberados ainda na noite desta terça-feira. Ainda não há horário para o velório e o enterro das funcionárias da fábrica.

Desde a manhã desta terça-feira, policiais civis, militares do Corpo de Bombeiros e do Exército, fazem uma perícia na fábrica para tentar detectar o que causou a tragédia. “A empresa está colaborando e fazendo tudo que pedimos. Preliminarmente, nada de irregular foi encontrado. Os documentos estão todos em dia”, afirma o delegado. Segundo ele, ainda é cedo para falar sobre o indiciamento ou não dos responsáveis.

Testemunhas da explosão e funcionários que estavam na fábrica no momento da ocorrência serão chamados para prestar depoimento. As oitivas devem começar nesta quarta-feira.


Explosão causou danos em imóveis próximo a fábrica(foto: Gazeta Montense/Divulgação)
Explosão causou danos em imóveis próximo a fábrica (foto: Gazeta Montense/Divulgação)
Polo na fabricação de fogos

A cidade de Santo Antônio do Monte tem tradição na produção de fogos e concentra alto número de acidentes em fábricas. Em setembro de 2013, uma pessoa morreu e outras duas ficaram feridas em explosão na empresa Polvo, que fica na comunidade Buritis. Em maio de 2012, duas pessoas morreram em acidente parecido na empresa Fogos Estrela. Em janeiro de 2011, foram duas mortes em uma fábrica na MG-429, no limite entre Lagoa da Prata e Santo Antônio do Monte.

Segundo a Associação Brasileira de Pirotecnia, em 1800, já havia fabricantes de fogos de artifício em Santo Antônio do Monte. Em 1859, os irmãos Joaquim Antônio da Silva e Luiz Mezêncio da Silva (Luiz Macota) fabricavam rojões e castelos. Ganharam muito dinheiro com a fabricação e venda de foguetes. A arte pirotécnica foi passada para gerações futuras.

Entre 1931 a 1940 a produção ganhou escala industrial com as empresa Fogos 2 Irmãos, Fogos Primor, Fogos Radiante e Fogos Estrela. De 1945 a 1963 foram constituídas diversas fábricas, gerando empregos e impulsionando o comércio de fogos. A grande era dos fogos em Santo Antônio do Monte, aconteceu a partir de 1963.

De 1970 até os dias de hoje, a cidade conta com 75 empresas ligadas a pirotecnia. Segundo a associação, os produtos fabricados atendem às exigentes normas de segurança, passando pelo Centro Tecnológico em Pirotecnia, único na América Latina.(Com informações de Luana Cruz e Rafael Passos)


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