Jornal Estado de Minas

Turistas estrangeiros e de outros estados aprovam culinária e hospitalidade de BH

Copa trouxe 200 mil estrangeiros e 155 mil visitantes de outros estados. Muitos visitantes dizem que querem voltar

Valquiria Lopes Gustavo Werneck

O inglês Gareth Arnold, de 31 anos, curtiu muito a Copa em BH.

Foi a quatro jogos no Mineirão, se divertiu na Savassi, comeu pão de queijo e ainda fez um monte de amigos brasileiros e estrangeiros. Gostou tanto que decidiu ficar mais uma semana e garante, com o sorriso aberto, que voltará. Analista de sistemas e morador de Londres, Gareth reflete a impressão positiva dos turistas que estiveram na cidade, segundo pesquisa divulgada ontem pelo governo do estado e pela prefeitura. BH recebeu 355 mil turistas – 200 mil estrangeiros (57%) e 155 mil de outros estados (43%). Muitos ficaram mais tempo do que o planejado, e para a maioria (92%) a capital atendeu ou até mesmo superou a expectativa. Do total, 71% visitaram BH pela primeira vez e 92% garantem que voltariam.

Os dados da pesquisa são preliminares e se referem a apenas 40% dos estrangeiros (1.116 pessoas) dos 2,8 mil entrevistados. O resultado final será apresentado nos próximos dias.
Eles vieram, inclusive, em número maior do que os 140 mil esperados pela Secretaria de Estado Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa).

O jeito alegre que turistas esbanjaram pelas ruas já dava sinais da nota que eles dariam à capital. Eles gostaram mesmo. “A avaliação da Copa é muito positiva, em número de visitantes, ambiente e clima festivo. Tivemos várias avaliações positivas, de torcedores, turistas que não foram ao estádios, pessoas que trabalharam, da Fifa, do Comitê Organizador Local, das empresas que trabalharam com eles, jornalistas estrangeiros, principalmente daqueles que foram a outras sedes”, afirmou o secretário de estado de Turismo e Esportes, Tiago Lacerda.

Segundo ele, a pesquisa mostra que a aprovação de BH tem relação direta com a recepção e a boa comida. Segundo o levantamento, a hospitalidade ficou no topo da preferência dos estrangeiros, seguida por gastronomia, bares e restaurantes e hospedagem. O feijão-tropeiro e o pão de queijo caíram no gosto de 77% dos visitantes. Cada um gastou em média R$ 1,26 mil, 35,3% a mais do que no mesmo período de 2013.

Bares e restaurantes lucraram mais. O setor teve 25% de aumento nas vendas, segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Minas Gerais (Abrasel-MG), e a receita média foi de aproximadamente R$ 2 bilhões, direta e indireta. “Esse é o momento para o futuro da cidade no turismo de negócios, eventos e agora turismo cultural, principalmente na gastronomia”, avaliou o secretário municipal extraordinário para a Copa, Camilo Fraga.

- Foto: A hospedagem também explica a preferência.
Em média, eles permaneceram 6,7 dias na capital, 36,7% a mais do que no mesmo período do ano passado.  Gareth Arnold engrossa os números. Está há um mês no Brasil e há uma semana em BH. Assim como ele, que está hospedado em um albergue, 20% optaram por esse tipo de acomodação.

Maratona

Gareth assistiu a quatro jogos no Mineirão, um em Fortaleza e outro em Brasília. Ele considerou BH bem preparada para a Copa. Dos 58% dos entrevistados que visitaram mais de uma cidade-sede, 31% viram a capital mineira como a de maior destaque na preparação, seguida de Rio de Janeiro (25%) e Fortaleza (12%).

Para os mineiros, foi uma experiência inédita. “Esse intercâmbio é muito positivo, inclusive para a autoestima”, avaliou o secretário Tiago Lacerda. Para ele, é um grande legado para internacionalização de BH e de Minas. Ele destacou ainda as reformas do Mineirão, do Independência e do aeroporto de Confins e as obras de mobilidade.

 

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