A boa avaliação dos turistas sul-americanos sobre a receptividade mineira durante a Copa e os atrativos de Belo Horizonte dão novo gás à estratégia da prefeitura, do estado e das empresas privadas do chamado trade turístico para incrementar o fluxo de colombianos, chilenos e argentinos e as relações de comércio com os parceiros do continente. Uma das iniciativas imediatas acertadas ontem em reunião de representantes do setor na prefeitura será a retomada das negociações pela Secretaria de Estado de Turismo e Esportes para um voo direto entre o Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, e Bogotá, a capital da Colômbia.
O pleito já havia sido feito pelo governo mineiro e pela Associação Comercial e Empresarial de Minas (ACMinas) à companhia aérea Avianca, que opera no Brasil desde 2010 em 24 aeroportos, com a oferta de mais de 170 voos diários. Uma nova linha direta com a Europa será também proposta também para aproveitar os bons ventos da Copa.
O Mundial abriu a oportunidade para BH se fortalecer como destino turístico na América do Sul, em especial, afirmou o diretor-executivo da Organização Mundial do Turismo, Márcio Favilla, em encontro com técnicos da prefeitura e do estado e empresários de turismo “BH era um destino desconhecido para chilenos e colombianos”, observou. Segundo o executivo, contam a favor da capital a hospitalidade, a gastronomia e atrativos como o Instituto Inhotim, em Brumadinho, na Grande BH.
O Brasil recebeu mais de 100 mil colombianos em 2013, recorde nos últimos 11 anos, segundo o Ministério do Turismo, e um aumento de 157,5% em relação a 2002. Foi a primeira vez desde a crise financeira mundial de 2008 em que o indicador ultrapassou a melhor estatística de visitantes até então (de 96.846 turistas). Nas relações comerciais com Minas, a Colômbia ocupou em 2012 o oitavo lugar do ranking dos 10 principais compradores de produtos mineiros no quesito diversidade, ao importar 588 dos 2.961 itens que o estado exportou naquele ano.
Segundo o presidente da Belotur, Mauro Werkema, BH se beneficiou de um processo recente de qualificação da hotelaria, do segmento de bares e restaurante e da valorização da culinária. Melhorias no sistema de transporte urbano, obras e a concessão da gestão do aeroporto de Confins à iniciativa privada contribuem, da mesma forma, na sua avaliação, para a promoção de BH como destino turístico.
Werkema disse ainda que um dos legados da Copa foi confirmar a atratividade da Savassi. Para estruturar melhor a região e corrigir problemas ocorridos na Copa, como banheiros químicos insuficientes, a Belotur vai propor um plano para a região..